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As Viúvas (2018)
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As Viúvas

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

No filme As Viúvas, um roteiro repleto de reviravoltas e surpresas é levado para as telas pelo talento do diretor Steve McQueen.

Steve McQueen, de 12 Anos de Escravidão (2013), responsabiliza-se pela direção e coautoria do roteiro, escrito com Gillian Flynn. É uma elaborada estória sobre um roubo que não deu certo. Como resultado, leva à morte os três integrantes da quadrilha em uma explosão que destruiu também o dinheiro que foi roubado.

Porém, o líder da turma, Harry Rawlings (Liam Neeson), deixou para sua esposa Veronica (Viola Davis) um livro com anotações do próximo golpe. Seu objetivo era roubar cinco milhões de dólares do político Tom Mulligan (Robert Duvall). Então, pressionadas pelos bandidos que perderam o dinheiro na explosão, Veronica e as outras viúvas, Linda (Michelle Rodriguez) e Alice (Elizabeth Debicki), decidem realizar elas mesmas o arriscado plano desenhado por Rawlings.

Esta é a sinopse básica do filme. Contar mais estragaria o impacto das suas muitas surpresas de uma trama na tradição de Golpe de Mestre (1973), de George Roy Hill, onde nada é o que aparenta ser. A co-roteirista Gillian Flynn desponta como mestre nesse gênero, tendo estreado no cinema com o roteiro de Garota Exemplar (2014), baseado em seu próprio livro.

Direção de Steve McQueen

Por outro lado, o diretor Steve McQueen também não perde a oportunidade de provar seu talento. Já na sequência de abertura, cortes rápidos mostram tramas paralelas fora de ordem cronológica, com os mesmos personagens em situações diferentes. A dica para o espectador está dada. Ou seja, é preciso prestar atenção na estória, que sempre o deixará em constante questionamento. Nesse instante, surge uma dúvida: quais planos mostram o presente e quais o flashback? O fechamento desse segmento é genial. Vemos um lado da cama vazio, e Veronica no outro, triste, dando a deixa para posicioná-la no canto da tela e o título do filme aparecer, resumindo o que aconteceu.

Outra sequência muito bem filmada e que foge dos padrões, é aquela em que Jack Mulligan (Colin Farrell) e sua namorada e assistente Siobhan (Molly Kunz) entram no carro e começam a discutir. Filmada num plano sequência – sem cortes – a câmera não acompanha os personagens dentro do carro, mas fica do lado de fora, mesmo quando o veículo começa a andar. Ouvimos os diálogos da conversa, mas na tela vemos apenas a janela do carro, até eles chegarem ao destino deles e saírem para a calçada. Esse inesperado recurso serve para manter o espectador distante desses personagens, evitando propositalmente que se crie uma empatia. Afinal, eles são alguns dos vilões da estória.

Steve McQueen, porém, não quer exagerar nos maneirismos. Portanto, aposta também no estilo clássico de filmar, como na cena em que deixa fora do quadro a violência dos bandidos contra o motorista Bash. Assim, com esse equilíbrio consegue conduzir as emoções do público. De fato, isso é comprovado no eletrizante momento perto do final envolvendo a personagem de Viola Davis e o seu agressor, capaz de fazer o público no cinema gritar de entusiasmo.

Empoderamento feminino

Além disso, o filme As Viúvas também contribui para o empoderamento das mulheres, incentivando-as a tomarem as rédeas de suas vidas e enfrentar os desafios sem precisar de suporte masculino. Enfim, é o que realiza a equipe feminina no filme, e o sorriso final de Viola, olhando para a câmera, desafia qualquer um que duvide de suas capacidades.

 

As Viúvas (2018)
As Viúvas (2018)
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