Assalto ao Poder (Marauders) é mais um filme policial do diretor Steven C. Miller, especialista no gênero. Esse cineasta estadunidense costuma realizar um trabalho competente, e seus filmes funcionam bem para rechear os catálogos de streaming. Isso pensando na lógica de que é razoável assistir isso na telinha em casa, incluído na assinatura mensal. Mas, se fosse no cinema, a exigência seria em outro nível. Por isso, só na Netflix, estão três títulos dele. Além deste, constam Última Chance (Line of Duty, 2019) e Caçada Brutal (First Kill, 2017). Esse último longa traz Bruce Willis no elenco, tal como faz Assalto ao Poder. Porém, Willis já estava na fase de explorar o seu prestígio. Embora seu nome apareça em destaque nos materiais de divulgação, seu papel é secundário.
Assaltos misteriosos
Os protagonistas aqui são o chefe do FBI Montgomery (Christopher Meloni) e o detetive da polícia Mims (Johnathon Schaech). Ambos personagens carismáticos, com posições antagônicas na trama, apesar de estarem oficialmente do mesmo lado da lei. O experiente Montgomery é aquele profissional correto e eficiente, mas extremamente duro. Depois que sua esposa morreu assassinada, ele vive para o trabalho. Já Mims é um policial corrupto, porém o câncer terminal de sua esposa o leva a rever sua postura. No meio deles, está Wells (Adrian Grenier), novato no FBI que possui muito conhecimento teórico, mas nenhum prático.
Enquanto isso, Bruce Willis vive Hubert, o presidente do Banco Nacional Hubert, cujas agências em Cincinnati vêm sendo roubadas por uma gangue extremamente eficaz e violenta. O ponto forte do filme, além dos protagonistas Montgomery e Mims, está nos mistérios que envolvem esses assaltos a banco. Afinal, a violência é friamente direcionada a vítimas específicas (os gerentes dos bancos), e os milhões subtraídos vão para uma doação a uma instituição de caridade. Além disso, os assaltantes levam documentos que colocam Hubert e um senador à mercê de chantagens.
Conclusão insatisfatória
O desenvolvimento desse enredo instiga o espectador a acompanhar as investigações que podem resolver esses enigmas. Enquanto isso, apresenta com mais profundidade os dramas pessoais dos dois personagens principais. Porém, a parte final do filme desanda. Traz um flashback mal dirigido no qual nem entendemos direito o confronto entre pelotões americanos em Cuba, que origina a retaliação escondida nos roubos aos bancos. Mas o mais grave é que a revelação soa insatisfatória, com algumas pontas descobertas.
Spoilers adiante. Na resolução, descobrimos que Wells arquitetou esses crimes para se vingar de Hubert e seus amigos. Isso porque se sentiu mal quando descobriu que Hubert o usou para executar o irmão junto com o pelotão de soldados inocentes.
Dessa forma, Assalto ao Poder, que tinha começado bem, termina com essa fraca conclusão e ainda com uma cena final no México que nem parece pertencer ao mesmo filme. Ainda assim, fica acima da média pelos seus bons primeiros dois terços.
Se você gostou, experimente também outros três filmes de Steve C. Miller que estão na Prime Video.
___________________________________________
Ficha técnica:
Assalto ao Poder | Marauders | 2016 | 107 min | Canadá, EUA | Direção: Steven C. Miller | Roteiro: Michael Cody, Chris Sivertson | Elenco: Bruce Willis, Christopher Meloni, Dave Bautista, Adrian Grenier, Johnathon Schaech, Lydia Hull, Tyler Jon Olson, Chrispher Rob Bowen, Richie Chance, Tara Holt.