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Poster do filme "Atlas"
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Atlas

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

A ficção-científica Atlas engorda a lista de filmes produzidos pela Netflix seguindo o mesmo padrão. Na direção, um cineasta experimentado (Brad Peyton fez Terremoto: A Falha de San Andreas [2015], Rampage [2018] etc.). No roteiro, um novato (Leo Sardarian, que provavelmente trouxe a ideia) junto com um veterano (Aron Eli Coleite, com vasto trabalho em séries). E, no elenco, um nome estelar (Jennifer Lopez) e coadjuvantes conhecidos que formam um conjunto de diferentes etnias. A produção tem orçamento generoso, neste caso, gasto majoritariamente em computação gráfica. O resultado não entra nas exceções: um filme que serve como passatempo, mas que será rapidamente esquecido.

A trama de Atlas explora o velho medo de as máquinas dominarem a raça humana. O HAL 9000 da vez se chama Harlan (Simu Liu), uma Inteligência Artificial que liderou uma rebelião há 28 anos, mas foi derrotado e fugiu para outro planeta. Agora, um de seus androides aparece na Terra, o que permite que a analista Atlas (Jennifer Lopes), que tem uma ligação especial com Harlan, consiga localizá-lo. Então, ela se junta à tropa do Coronel Elias Banks (Sterling K. Brown) numa missão disposta a destruí-lo de vez.

O roteiro investe bastante na construção da protagonista – e só dela, diga-se de passagem. Logo na sua apresentação, ela derrota um computador no jogo de xadrez enquanto faz outras coisas, o que mostra sua inteligência acima do normal. Sua personalidade antissocial não fica tão evidente, e essa característica precisa ser informada pelos comentários de Banks. Essa atitude está ligada a um arrependimento do passado em relação a Harlan, o que vai sendo elucidado aos poucos, nos flashbacks cada vez mais longos. Mas a revelação não traz nada de muito surpreendente.

Dentro de um ARC

As cenas de ação, em sua maior parte, acontecem com os humanos dentro de um ARC – um esqueleto robotizado gigante e armado. Diferente de outros modelos desse tipo já vistos no cinema, a simbiose entre a pessoa e a máquina avança para a leitura dos pensamentos. Mas, isso só acontece quando há total sincronização entre os dois envolvidos. Dessa forma, o enredo aproveita o gancho para ilustrar que a protagonista só alcançará esse ponto quando fizer as pazes com o passado e liberar os seus segredos para a I.A..

Mas, muitos clichês desgastados enchem a paciência do espectador. Entre eles, os diálogos com piadinhas entre Atlas e seu ARC, relacionamento que depois evolui para uma amizade. Nessa lista, entram ainda as tentativas de sensibilizar o público com personagens sofrendo dor (Atlas por conta de uma perna quebrada, Banks submetido a uma injeção no olho). Acima de tudo, o que cansa mesmo são as várias cenas de ação com uso exagerado de computação gráfica, que chegam a se assimilar a uma animação.

Enfim, como não chega a ser um desastre, Atlas supre uma necessidade de passar o tempo em frente à tela. Tal como os filmes feitos para a TV dos anos 1980 e 1990.

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Ficha técnica:

Atlas | 2024 | 118 min | EUA | Direção: Brad Peyton | Roteiro: Leo Sardarian, Aron Eli Coleite | Elenco: Jennifer Lopez, Simu Liu, Sterling K. Brown, Gregory James Cohan, Abraham Popoola, Lana Parrilla, Mark Strong, Briella Guiza.

Distribuição: Netflix.

Onde assistir:
Jennifer Lopez em cena do filme "Atlas"
Cena do filme "Atlas"
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