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Azul é a cor mais quente (filme)
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Azul é a cor mais quente

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

Azul é a cor mais quente” faz do espectador um cúmplice da intimidade de Adéle

Azul é a cor mais quente” ganhou notoriedade pelas várias premiações no Festival de Cannes de 2013 (filme, diretor, e as duas atrizes principais), e também pelas ousadas cenas de sexo entre duas mulheres.

A jovem Adéle (Adèle Exarchopoulos), de 17 anos, percebe que transar com homens não lhe satisfaz. Um dia, troca olhares na rua com Emma (Léa Seydoux), uma garota de cabelos curtos azuis e visual masculinizado. Esse breve momento a deixa desnorteada. Obcecada com ela, Adéle tem sonhos eróticos com ela, e procura por ela em bares LGBT. Ao se conhecerem, a atração é mútua, mas o relacionamento evolui aos poucos.

Logo, Adéle sofre os preconceitos de suas colegas de escola, que a questionam agressivamente sobre sua feminilidade ao verem-na com Emma. Isso não a impede de seguir em frente em sua descoberta, apesar de sentir medo do que encontrará. Há um enorme suspense até que as duas decidem se beijar, na cena do parque. Em seguida, a longa e íntima sequência de sexo entre elas pontuam o torpor do momento e a explosão de êxtase de Adéle. A duração dessa cena de amor contrasta com a rápida transa com o novo namorado dela, na parte inicial do filme. Lágrimas chegam a escorrer dos olhos de Adéle após a sua estreia nesse novo mundo.

Relação séria

A relação das duas se torna séria. Os pais de Emma aceitam sua opção sexual e acolhem Adéle de braços abertos. Já os desta são mais conservadores e apenas desconfiam desse relacionamento. Na cena do jantar, em que conhecem Emma, os vários cortes rápidos indicam a inquietude da situação.

O tempo passa, e Emma e Adéle passam a viver juntas. A primeira segue trabalhando com arte, e a outra como professora em uma escola infantil. Um ato impensado, porém, de Adéle quebra definitivamente o elo de confiança da relação, em uma sequência primorosa de interpretação das atrizes, filmada com movimentos agitados de câmera.

Em um reencontro, Emma prova que consegue ser feliz em um novo relacionamento, ainda que de forma diferente do que sentia quando estava com Adéle, que, por outro lado, ainda precisa aprender que os ótimos momentos com Emma foram inesquecíveis, mas únicos.

O diretor Abdellatif Kechiche consegue envolver o espectador em uma forte cumplicidade com a personagem Adéle, utilizando a câmera muito próxima dos atores, o que favorece a intimidade. Junto a isso, movimenta a câmera de acordo com o que pede o momento. Nas brigas, a câmera está agitada, nas cenas de amor, a câmera flutua acompanhando o movimento das amantes.

Apesar de a atriz Léa Seydoux ter ganhado muita fama, principalmente internacional, chegando até a ser a bond girl de “007 Contra Spectre” (Spectre, 2015), nesse filme quem mais impressiona é Adèle Exarchopoulos. Ao contrário de Seydoux, Adéle ostenta uma beleza clássica, favorecida ainda pela jovialidade latente, e possui o dom de enrubescer com facilidade, usando isso como um elemento adicional de sua interpretação.


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