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Poster do filme "Belo Desastre - O Casamento"
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Belo Desastre – O Casamento

Avaliação:
4/10

4/10

Crítica | Ficha técnica

O filme Belo Desastre (2023) foi astuto em embarcar na onda da comédia romântica suja, seguindo o sucesso de Todos Menos Você (2023). Nessa variação de gênero, o amor se mistura a piadas obscenas em relação a sexo, quebrando o bom mocismo padrão que o tem marcado. Mas, seu diretor, Roger Kumble, erra a mão ao tentar repetir a dose em Belo Desastre – O Casamento. Ou seja, não aprendeu a lição do início de sua carreira, quando fez a lamentável sequência de sua elogiada estreia Segundas Intenções (1999).

A pressa em lançar uma continuação, provavelmente, contribuiu para esse fiasco que chega aos cinemas no dia 16 de maio. A trama é uma salada com ingredientes e tempero equivocados. Uma dispensável introdução abre o filme para dar abertura ao flashback que lembra como o casal Abby (Virginia Gardner) e Travis (Dylan Sprouse) foram parar em Los Gatitos, no México. Apresentação sem graça, que não justifica que o enredo evite começar a história linearmente. Se entrasse logo de cara, a cena que lembra Se Beber, Não Case! (The Hangover, 2019), seria mais impactante. Como no filme de Todd Phillips, os protagonistas acordam num quarto de hotel em Las Vegas com uma ressaca das bravas e não se lembram de nada. O cômodo está todo revirado, com dinheiro espalhado por todo o lado. Então, vem a revelação surpresa: na noite que fechou o filme anterior, Abby e Travis se casaram.

Uma mal explicada situação envolvendo o trambiqueiro Benny (Rob Estes) faz o casal fugir para o resort em Los Gatitos. Também sem uma devida motivação, junto com os dois partem os melhores amigos America (Libe Barer) e Shepley (Austin North). Infelizmente, esses personagens secundários bobalhões ganham mais espaço neste segundo longa. Seus trechos, com piadas infantis irristantes, colaboram no fracasso desta comédia.

Manter ou anular o casamento

A trama principal se apoia numa tolice. A viagem, mais que uma fuga, representa a lua-de-mel para os recém-casados. Aliás, poderia ser simplesmente isso, sem a necessidade da frágil ideia de serem perseguidos, que o próprio roteiro acaba abandonando na parte final. Mas, como o primeiro filme mostrou, Abby e Travis possuem diferenças abismais. Portanto, a relação entre eles é sempre conflituosa, elemento que Belo Desastre aproveitou muito bem. E que resulta em alguns bons momentos de discussões com diálogos rápidos no começo. Enfim, Abby propõe que essa estadia seja a prova de fogo para decidirem se devem manter ou anular o casamento. Assim, a cada evento marcante, surge na tela um mostrador de painel que indica qual a posição deste embate – outro recurso simplório e tolo.

Entre outras baboseiras, está a cena da praia onde os irmãos de Travis brincam de um jogo com bola, todos sem camisa, sendo admirados pelas mulheres locais. Talvez a intenção fosse tirar sarro do trecho semelhante em Top Gun: Maverick (2022). Mas, ao invés de fazer rir, parece apenas recriar aquele momento do filme com Tom Cruise. Caso tivesse mais ousadia, em outro trecho, Roger Kumble não deixaria em suspenso a velada vontade de Abby se masturbar segurando um grande crucifixo em suas mãos.

Em meio a briguinhas de ciúme e situações forçadas com humor nulo, o romance cai no esquecimento. Volta somente na conclusão, mas a química do casal já perdeu todo efeito que fez valer o filme do ano passado.

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Ficha técnica:

Belo Desastre – O Casamento | Beautiful Wedding | 2024 | 100 min | EUA | Direção: Roger Kumble | Roteiro: Roger Kumble | Elenco: Dylan Sprouse, Virginia Gardner, Libe Barer, Austin North, Alex Aiono, Steven Bauer, Neil Bishop, Jack Hesketh, Rob Estes, Génesis Estévez.

Distribuição: Diamond Films.

Assista ao trailer aqui.

Onde assistir:
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