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Bola de Sebo (filme)
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Bola de Sebo

Avaliação:
10/10

10/10

Crítica | Ficha técnica

Baseado no livro de Guy de Maupassant, Bola de Sebo (Pyshka) antecipa elementos do clássico No Tempo das Diligências (Stagecoach, 1939), de John Ford. Nos dois filmes, personagens da burguesia viajam em uma diligência no final do século 19, e revelam sua hipocrisia no preconceito contra uma passageira indesejada: uma prostituta.

Filme de estreia do diretor Mikhail Romm, Bola de Sebo foi originalmente lançado como filme mudo, mas no relançamento recebeu trilha sonora e narração em off. É essa nova versão que assistimos para escrever esse texto.

Resumo do enredo

A trama se passa em 1870, quando a Prússia ocupava a França. Uma diligência leva passageiros da burguesia e do clero para uma cidade comercial francesa. Mas não sabiam que a viagem demoraria tanto, e todos estão famintos. Então, no meio do caminho, a prostituta conhecida como Bola de Fogo, em dificuldades com a carroça que a levava, pede uma carona. Embora os passageiros recusem, o condutor decide leva-la. Lá dentro, todos encaram a nova viajante com olhares de reprovação por causa de sua profissão.

Até que Bola de Fogo compartilha sua cesta cheia de comidas a todos, ganhando assim a simpatia dos companheiros de viagem. Na parada numa estalagem, todos se divertem juntos. Porém, um oficial alemão exige que Bola de Fogo passe uma noite com ele. Caso contrário, ninguém prosseguirá a viagem. A moça se recusa, mas pressionada por todos, se sacrifica para que a carruagem possa partir.

Para decepção de Bola de Fogo, na manhã seguinte, os passageiros voltam a desprezá-la. A hipocrisia é tanta que nem retribuem a gentileza dela na primeira parte da jornada, e a deixam passar fome.

Características

Além da proximidade com o gênero faroeste americano, que ficaria ainda mais evidente no filme seguinte de Mikhail Romm, Treze (Trinadtsat, 1937), Bola de Sebo merece louvores pela montagem, digna da escola soviética e russa. A abertura, que mostra em vários planos quase estáticos os resultados da guerra para os derrotados franceses, remete aos filmes de Sergei Eisenstein. Nesse trecho, não há cartelas nem narração, a montagem basta para contar a narrativa. Ao longo do filme, mesmo com o surgimento desses recursos acessórios, a montagem continua magistral. Romm faz questão de evitar planos longos, preferindo recortar em vários planos curtos. Com isso, o filme continua fácil de acompanhar mesmo para espectadores contemporâneos não acostumados ao cinema mudo.

Essa direção soberba, aliada ao tema universal da sua trama, torna Bola de Sebo um filme altamente recomendável. Melhor esse ou No Tempo das Diligências? Assista aos dois!

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Ficha técnica:

Bola de Sebo | Pyshka | 1934 | 70 min | União Soviética | Direção e roteiro: Mikhail Romm | Elenco: Galina Sergeyeva, Andrey Fayt, Anatoliy Goryunov, Faina Ranevskaya, Pyotr Repnin, Tatyana Okunevskaya.

Bola de Sebo (filme)
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