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Boni Bonita (filme)
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Boni Bonita

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Boni Bonita acompanha a relação tóxica entre um músico e uma garota bem mais jovem.

Estrutura narrativa

Estruturalmente, o filme se divide em quatro segmentos, todos passados numa casa de campo à beira da represa Jurumirim, em Avaré, no interior de São Paulo. Nesse sentido, o primeiro segmento acontece em 2007, quando uma garota de 17 anos vai atrás de um músico de uma banda após o seu show. Já nesse capítulo, fica evidente uma relação instável, que se repetirá nos seguintes, até o derradeiro em 2016.

Os personagens

Os dois protagonistas, Beatriz e Rogério, são complexos. A jovem é uma argentina que vive em São Paulo, com o pai que ela odeia. Por isso, foge de casa constantemente, e demonstra um comportamento revoltado, que envolve até autoflagelo.

Quanto a Rogério, ele se dedica a sua carreira musical, mas a cada capítulo do filme, esse sonho parece mais distante. De fato, vivendo de herança, ele se acostumou a não assumir responsabilidades, inclusive nos relacionamentos pessoais.

Como esses protagonistas não são figuras simpáticas, muito menos modelos inspiradores, eles não provocam a empatia do espectador. Assim, dificilmente alguém torcerá por um ou pelo outro, e muito menos pelo amor entre eles.

Análise

A princípio, a intensidade de um relacionamento conflituoso representa rico material para um filme. Talvez Daniel Barosa, o roteirista e, também diretor, de Boni Bonita tenha conseguido transpor isso para o papel, porém, com certeza, não para as telas. O filme falha ao retratar a paixão entre os personagens principais, então, não conseguimos sentir a química que os mantêm conectados por tanto tempo.

Além dos aspectos abordados, o que causa estranhamento é a ideia do tratamento das imagens na pós-produção. Como resultado, o filme reproduz as características das películas das produções dos anos 1980, como sujeiras, riscos e falta de nitidez. Adicionalmente, estranha a inclusão da música “Cabeça Dinossauro”, que os Titãs lançaram em 1986, numa das cenas da primeira parte. Enquanto esses detalhes mereceriam elogios numa reconstituição dos anos 1980, aqui fica deslocado porque o filme começa no outono de 2007. Então, o que seria virtude se transforma em defeito.

Com tudo isso, Boni Bonita deixa a impressão de ser um bom roteiro escrito por Daniel Barosa, mas que ele próprio não conseguiu aproveitar como diretor.  

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Ficha técnica:

Boni Bonita (2018) Brasil, 74 min. Direção/Roteiro: Daniel Barosa. Elenco: Caco Ciocler, Ailín Salas, Ghilherme Lobo, Ney Matogrosso, Caio Laranjeira, Otto. Distribuição: O2 Play.

Trailer:
Onde assistir:
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