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Caminhos da Memória (filme)
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Caminhos da Memória

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Caminhos da Memória tem cara de produto de algoritmo de streaming. Ou seja, traz elementos de outros filmes de sucesso para garantir que agrade a um número alto de espectadores.

O próprio cartaz já indica a principal fonte da história: Blade Runner – em especial o poster do filme de 2017, pois as cores são as mesmas, e ambos trazem os personagens agrupados. Caminhos da Memória repete o estilo sci-fi noir do clássico de Ridley Scott, de 1982. Assim, temos a narração do protagonista Nick Bannister (Hugh Jackman), que se apaixona pela duvidosa femme fatale Mae (Rebecca Ferguson), a quem ele investigará. E, em essência, a trama gira em torno de descobrir quem é quem nessa história – não duvidando entre humano e replicante, mas entre quem é confiável ou não.

A outra grande influência é o filme de Steven Spielberg chamado Minority Report: A Nova Lei (2002). Neste, pessoas com poderes de prever o futuro ficavam imersas na água, enquanto em Caminhos da Memória os clientes de Nick Bannister se deitam numa câmera com água para que se possa ler suas lembranças do passado.

A ambientação no futuro lembra as catástrofes de 2012 (2009), de Roland Emmerich, pois em Caminhos da Memória a cidade de Miami está praticamente toda submersa. O impacto é menor do que ver os prédios icônicos de Nova York, Paris etc. mas a ideia é semelhante. Os efeitos de computação gráfica, aqui, também não são tão convincentes. Enfim, nessa sociedade distópica, os ricos vivem na parte seca da cidade, enquanto os demais se alojam nas ruas que o mar já alcançou, ou que está prestes a alcançar. E o vilão, Walter Sylvan (Brett Cullen), é um desses privilegiados, um barão das terras.

Final salvador

Apesar de reunir esses elementos conhecidos, a diretora e roteirista Lisa Joy consegue criar uma trama que surpreende. Durante o seu desenrolar, temos a impressão de que o enredo está se complicando demais, e que não conseguirá chegar a um desfecho claro e interessante. Pelo contrário, e parte da criativa solução para Mae passar seu recado para Nick enquanto esse acessa sua memória. Depois, quando se revela quem é o responsável pelas maquinações da trama, descobrimos que o segredo é simples, porém funcional. Afinal, a herança do multimilionário Sylvan representa um motivo concreto para o comportamento inescrupuloso do verdadeiro vilão da história.

Esta é a estreia de Lisa Joy na direção, com exceção de um episódio da série Westworld de 2018. Na verdade, Joy construiu sua carreira na televisão. Começou escrevendo episódios das séries Pushing Daisies (2008/2009) e Burn Notice (2010/2011), do qual ela também foi coprodutora. Seu grande passo foi como cocriadora de Westworld. Com o sucesso dessa série, ela conseguiu transformar em filme o roteiro de Caminhos da Memória, que estava pronto desde 2013.

Encabeçando o elenco, estão as celebridades Hugh Jackman e Rebecca Ferguson, dupla que já havia atuado junta em O Rei do Show (The Greatest Showman, 2017). Além deles, Lisa Joy conta com dois atores de Westworld, Thandiwe Newton (antes conhecida como Thandie Newton), como a assistente e amiga de Nick, e Angela Sarafyan, como a amante de Sylvan. Para completar, o filme também traz a atriz mexicana Marina de Tavira, em seu primeiro papel internacional após ser indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por Roma (2018).

Embora seja um aglomerado de ideias não originais, Caminhos da Memória funciona. Longe de ser genial, cumpre sua função de agradar a maior parte de seu público.

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Ficha técnica:

Caminhos da Memória | Reminiscence | 2021 | EUA | 1h56min | Direção e roteiro: Lisa Joy | Elenco: Hugh Jackman, Rebecca Ferguson, Thandiwe Newton, Cliff Curtis, Daniel Wu, Mojean Aria, Marina de Tavira, Brett Cullen, Natalie Martinez, Sam Medina, Norio Nishimura, Angela Sarafyan.

Distribuição: Warner Bros. Pictures.

Trailer:
Onde assistir:
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