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Casamento ou Luxo (filme)
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Casamento ou Luxo

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Casamento ou Luxo”: Chaplin em seu primeiro drama e sem aparecer nas telas

“Casamento ou Luxo” é um filme marcante na carreira de Charles Chaplin. Historicamente, porque foi sua estreia na United Artists, estúdio que criou ao lado de Mary Pickford, D. W, Griffith e Douglas Fairbanks. Mas, principalmente por ser seu primeiro drama. E, por isso, sem sua presença como ator, o que também era inédito.

Drama realista

O filme ganhou repercussão, e espanto, por ser um drama muito realista, retratando a sociedade hollywoodiana da época, especialmente aquela em que Chaplin vivia. Por isso, situou a estória em Paris, para que isso não ficasse evidente demais.

“Casamento ou Luxo” mostra uma mulher, Marie St. Clair (Edna Purviance, companheira do diretor na época), deixar seu namorado na pequena cidade onde vivem, para tentar a vida em Paris. Lá ela se torna amante de um dos solteirões mais ricos da cidade. Engana-se, contudo, quem pensa que ela é uma daquelas heroínas ingênuas do cinema. Quando o amante anuncia seu casamento com outra mulher, ela dá de ombros. Em cena memorável, ela vê pela janela uma mulher andando com os filhos, e demonstra claramente que ela não quer essa vida.

Mas, o antigo namorado continua apaixonado por ela e a procura em Paris, apesar de sua mãe ser contra. Para tristeza dele, descobre como sua amada vive hoje, e parte para uma solução trágica.

Música na narrativa

É um filme de 1923, portanto mudo, e Chaplin era mestre nesse formato. A música, composta por ele mesmo, é linda e praticamente narra a estória. Em certo momento dramático, “Casamento ou Luxo” inova ao inserir o estouro de um revólver na trilha sonora. Além do som, o visual é extraordinário.

Chaplin prova seu talento ao usar os fades-outs para intercalar sequências não apenas entre acontecimentos sucessivos, o que já fazia parte da narrativa cinematográfica, mas ousa alternar cenas simultâneas. É o que acontece, por exemplo, logo após o suicídio, quando após o fade vemos a mãe preparando o jantar para o filho comer quando retornar para casa, aumentando assim a dramaticidade da cena.

O filme possui alguns alívios cômicos, para a trama não ficar pesada demais. E a marca chapliniana surge no final. Há uma redenção das duas mulheres protagonistas, que passam a conviver juntas, deixando a rivalidade para trás por um bem maior, ambas se dedicando a um objetivo social que se mostra uma solução melhor do que partir para a violência. E a mensagem de Chaplin surge em forma de legenda, para que fique bem evidente para todos.


Ficha técnica:

Casamento ou Luxo (A Woman of Paris, 1923)

78 min. Dir/Rot: Charles Chaplin. Com Edna Purviance, Adolphe Menjou, Clarence Geldart, Carl Miller, Lydia Knott, Charles K. French, Betty Morrissey, Malvina Polo.

Assista: Charles Chaplin fala no Variety Club em 1952

Onde assistir:
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