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Começou em Nápoles (filme)
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Começou em Nápoles

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Antes de mais nada, Começou em Nápoles é uma comédia romântica clássica, uma produção americana realizada na Itália como veículo para a ascensão internacional de Sophia Loren, iniciada uns três anos antes.

Sophia Loren

Primeiramente, Sophia Loren se destaca no filme, inclusive protagonizando três números musicais, dois deles por conta de sua profissão de cantora e dançarina em uma boate na ilha de Capri, onde vive. A outra canção é introduzida no meio da ação, como num filme musical propriamente dito. Começou em Nápoles explora a beleza da atriz que estava com 25 anos na época das filmagens.

Além disso, a presença da musa italiana abre a oportunidade para localizar a estória nas belíssimas paisagens de Capri, que é captada com cores fortes, alinhadas com a caracterização do povo local como pessoas alegres e festeiras. Nesse sentido, a direção de arte construiu cenários muito parecidos com o que encontra nas locações, e consegue uma transposição convincente entre as cenas filmadas em estúdio e captadas in loco.

Clark Gable

Por outro lado, no papel do par romântico de Sophia Loren está o veterano galã Clark Gable, já com quase sessenta anos e no ocaso de sua vida. De fato, Começou em Nápoles é seu penúltimo filme. Gable viria a falecer um ano após seu lançamento. Mesmo assim, ele ainda possui uma aparência viril, apesar de já ter perdido o seu charme. Adicionalmente, seu personagem também não ajuda, e a falta de química do casal central enfraquece o filme.

Enfim, Clark Gable é Michael Hamilton, um rico advogado dos EUA que viaja até Nápoles para formalizar o inventário do seu irmão que faleceu. Porém, para seu espanto, ele descobre que o irmão se casou e sua esposa morreu com ele, deixando um menino de oito anos sob os cuidados da tia, Lucia (Sophia Loren).

Outro aspecto relevante é que Michael é cheio de preconceitos. Por isso, não bebe água local porque acredita que está contaminada. Analogamente, em relação aos italianos, pensa que eles são malandros e sempre dispostos a enganá-lo ou roubá-lo. E o filme reflete essa percepção, e mostra o povo local de maneira caricata, gritando muito e festejando todos os dias até tarde da noite nas ruas.

Quem transforma Michael, e salva o filme, é o seu sobrinho Nando. Com apenas oito anos, ele demonstra precocidade, virando-se sozinho e até ajudando a tia a se cuidar. Esse personagem carismático é interpretado com muita graça pelo o ator mirim chamado Marietto, que encerraria sua carreira em 1964, ainda criança.

A trama

Na verdade, a história é simples e previsível, mas a chave que permite que o romance dê certo possui certa profundidade. Afinal, ela não se baseia em uma ideia fútil, mas da liberdade que os dois protagonistas decidem abrir mão para viverem o amor. Metaforicamente, isso é representado pelos balões que, no primeiro encontro, eles deixam voar, e Lucia diz que nada deve prender ninguém. No final, ela não solta os balões, pois aceita se prender ao relacionamento.

Adicionalmente, o filme levanta outra questão importante, que é questionar o que seria melhor para o menino. As opções são ele ir com o tio para os EUA e entrar para as melhores escolar, ou manter essa vida atual com a tia, aprendendo nas ruas, sem ir para a escola.

Michael se transforma, também, no aspecto de seu preconceito. Ele larga os americanos que encontra no trem, para voltar para Lucia e Nando. E, no caminho, toma a água direto do bebedouro da estação.

O romance pode ser tradicional, mas Começou em Nápoles diverte pelos dilemas dos protagonistas. E, também, pelo auge de Sophia Loren, pelo carisma de Marietto e pela despedida a Clark Gable.


Onde assistir:
Começou em Nápoles (filme)
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