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Curupira: O Demônio da Floresta (filme)
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Curupira: O Demônio da Floresta

Avaliação:
2/10

2/10

Crítica | Ficha técnica

Pensei em encontrar um filme para divulgar o Dia do Folclore, comemorado ontem (22/08). Lembrei-me desse terror brasileiro que estreou nos cinemas, mas que não havia visto ainda. Curupira: O Demônio da Floresta revisita a lenda desse ser das florestas com uma abordagem interessante: até onde o defensor da natureza poderia chegar contra os invasores que destroem o seu meio? No entanto, o filme decepciona. E o baixo orçamento nunca pode ser desculpa para uma obra malfeita. Nessa produção C, faltou capricho.

O filme começa seguindo a cartilha do slasher. Seis jovens saem para um passeio de barco a fim de beber e namorar. Encontram uma ilha paradisíaca e aparentemente deserta (constatações mais verbais do que visuais, pois o local não é nada distante do continente). E, logo que desembarcam, os rapazes começam a agir como babacas, sujando ainda mais a praia e maltratando um jabuti (devia ser uma tartaruga, mas pelo jeito a produção não conseguiu uma). Com isso, despertam a ira do Curupira, que, a princípio, aparece somente em câmera subjetiva, um dos poucos acertos da direção do filme.

Os personagens, claro, cometem os típicos erros do gênero, como ficaram isolados e não em grupo, e se tornam presas fáceis para o serial killer da vez. Surge um velho caçador para ajudá-los. Esse personagem é o mais bem interpretado por esse elenco de limitado talento e, apesar de sua voz de dublador, se torna bem interessante, como uma espécie de Rambo brasileiro (principalmente quando repetidamente engata seu rifle e diz uma frase de efeito). Aliás, ele é o único personagem com uma personalidade definida pelo roteiro.

Visual e som do monstro

O visual do monstro em si não compromete, mas fica bem distante do Curupira da lenda. Mas a insistência em mantê-lo por muito tempo na tela acaba reduzindo o seu impacto. De fato, a direção não consegue criar nem jump scares nem suspense. A bem da verdade, até comete erros de raccord (uma garota grita assustada e o plano seguinte não mostra o que ela vê) e de continuidade (casal se abraçando e no plano seguinte os dois estão iniciando o abraço). Além disso, não dá para entender por que o Curupira quebra a quarta parede. Tentativa de assustar o público ou foi um erro? Sem contar que o monstro atacar a final girl tentando estrangulá-la quebra totalmente a bestialidade desse ser que até então matava com suas garras poderosas.

Mas um recurso que o filme utiliza muito e que não funciona é o som. O enredo coloca que o Curupira tem o poder de imitar sons e até vozes. Por isso, os personagens se assustam com o que ouvem. Porém, misturados com a trilha musical e outros efeitos sonoros, fica difícil saber o que os personagens estão ouvindo. Em outras palavras, o que é diegético e não-diegético.

Enfim, filmes de gênero, principalmente o terror, são uma boa porta de entrada para cineastas iniciantes. Porém, antes de tudo, é preciso se preparar para atravessá-la.

E, no final, acabei ficando sem um filme para divulgar o Dia do Folclore.  

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Ficha técnica:

Curupira: O Demônio da Floresta | 2021 | Brasil | 81 min | Direção: Erlanes Duarte | Elenco: Flávia Barroso, Al Danuzio, Ruan do Vale, Di Ramalho, Myla Arau, André Bakka, Carol Cunha, Luna Gandra, Lary Mourão, Rosanna Mualem.

Trailer aqui.

Onde assistir:
Curupira: O Demônio da Floresta (filme)
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