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Cyrano Mon Amour (filme)
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Cyrano Mon Amour

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

Engana-se aquele que concluir precipitadamente que este Cyrano Mon Amour de Alexis Michalik é uma nova versão para os cinemas da clássica peça “Cyrano de Bergerac”. Esta obra escrita por Edmond Rostand já ganhou adaptação para as telas tendo como intérpretes José Ferrer em 1950, Gérard Depardieu em 1990 e até Steve Martin em 1987 (em Roxanne). O título original deste novo filme, “Edmond”, revela melhor o que o espectador assistirá.

Na verdade, Cyrano Mon Amour conta como o poeta Edmond Rostand criou a mais famosa peça do teatro francês. Em 1897, a vida em Paris está cara demais para Edmond sustentar sua esposa e seus dois filhos. Em crise criativa, ele está indo para a bancarrota.

Então, oferece ao famoso ator Coquelin uma nova peça e ele aposta no potencial do rapaz. Mesmo sem finalizar a obra, Coquelin a quer vender. Então, Edmond precisa escrevê-la rapidamente à medida que a produção se concretiza. Porém, só consegue essa proeza quando se inspira na situação em que ele ajuda o amigo bonitão mas fraco com as palavras, Léo Volny, a conquistar a encantadora Jeanne.

Escrito e dirigido por Alexis Michalik

O diretor e roteirista Alexis Michalik, que também faz o papel do poeta rival de Edmond, demonstra talento nessa estreia à frente de um longa-metragem. Para isso, não se apega ao fato de o filme relatar uma produção teatral e emprega com vitalidade os recursos próprios ao cinema. O ritmo é rápido, com cortes acelerados e planos curtos, e a câmera se movimenta muito, apoiada em carrinhos, nunca trêmula nas mãos. Além disso, há muitos travellings nessa movimentação, inclusive com giros em 360 graus.

Dessa forma, a direção de câmera inteligentemente conduz a narrativa. Por exemplo, a carta que Edmond escreve e a montagem perfila planos que levam passo a passo até as mãos de Jeanne, que se encontra em outra cidade.

Contudo, nem por isso Michalik deixa de prestar homenagem ao teatro. A admiração pela arte cênica fica evidente ao filmar o quinto e último ato da peça “Cyrano de Bergerac” em locações. Assim, louva o poder que o teatro possui de absorver o público com tanta intensidade que ele não enxerga mais os atores representando no cenário do palco, e sim imaginar toda a cena como se fosse real.

Enfim, essa magia do teatro é transposta para o filme Cyrano Mon Amour. O longa mantém o mesmo espírito de comédia farsesca da peça original, com diálogos espertos, tão inspirados quanto os criados por Edmond Rostand, ao lado de humor simples que não abre mão da comédia física. Definitivamente, é um ótimo exemplar de diversão engraçada e inteligente. Ademais, prova que uma obra clássica e tradicional pode tomar uma forma capaz de agradar ao público contemporâneo sem precisar se rebaixar para ser compreendida.

Como resultado, Cyrano Mon Amour faz ecoar na sala de cinema a gargalhada do público do teatro na estreia da peça de Edmond Rostand.


Onde assistir:
Cyrano Mon Amour (filme)
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