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David Contra os Bancos (filme)
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David Contra os Bancos

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

Crítica | Ficha técnica

O esperto título nacional já entrega: David Contra os Bancos (Bank of Dave) é uma história do pequeno que enfrenta o gigante. O filme se inspira num caso real. Conta, assim, a origem do banco de Dave Fishwick, fundado na pequena cidade inglesa de Burnley por um empresário para dar empréstimos à comunidade local. Diferente dos grandes bancos, o Bank of Dave tem a missão de viabilizar pequenos negócios e famílias, sem explorá-los. O filme não menciona, mas Fishwick segue os passos de Muhammad Yunus, que criou o conceito de microcrédito na Índia nos anos 1980.

Frank Capra se junta a Def Leppard

O filme, claro, exagera um pouco para tornar o feito de Fishwick espetacular. A ideia do cidadão comum contra o poderoso sistema lembra os filmes de Frank Capra, que costumava retratar os banqueiros como vilões. Mas as vitórias emocionantes que vemos na tela, na realidade não foram assim tão empolgantes. De fato, muito da luta para o Bank of Dave realmente se tornar um banco de empréstimos ainda está em andamento, segundo o site Digitalspy. E, como era de desconfiar, o Def Leppard não fez um show para ajudar nesse processo. De qualquer forma, a sua participação no filme gera um momento de grande emoção.

O enredo tem como protagonista o advogado Hugh (Joel Fry). Ele trabalha no escritório contratado por Dave (Rory Kinnear) para cuidar desse processo de abertura de seu banco. Mas Hugh alerta que será impossível que a federação dos bancos conceda essa autorização. A última abertura de um banco aconteceu há 150 anos. Isso dá a noção de como esse grupo fechado de banqueiros não quer abrir mão de seu oligopólio. Dave sabe disso, porém, quer seguir em frente, pois divulgar publicamente que a federação não aceitou seu pedido servirá como uma forma de protesto contra esse protecionismo. Em outras palavras, é a luta capriana contra a ganância dos poderosos.

Simples e direto

A trama é bem direta, a preocupação de Chris Foggin (acostumado a ser prático por trabalhar como diretor de séries) se centra em deixar a narrativa fácil de compreender. Nesse sentido, fica do lado oposto dos inesperados recursos para explicar termos complicados usados por Martin Scorsese em O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street, 2013) e Adam McKay em A Grande Aposta (The Big Short, 2015). Aqui, os jargões financeiros e jurídicos ficam de fora do roteiro, e os diálogos simplificam todos os obstáculos que surgem durante o processo de abertura do banco.

Para mover a história de maneira suave, o enredo ainda inclui uma trama romântica, entre o advogado e a sobrinha de Dave, a médica Alexandra (Phoebe Dynevor). Isso ajuda a construir o arco do protagonista que, influenciado pelas ações de Dave, muda seus objetivos de seguir carreira em Londres. Bem amarrada, a trama faz de sua decisão um ponto crucial para a conclusão otimista.

Ainda nessa proposta de ser direto, David Contra os Bancos cai na armadilha de expressar sua mensagem através de um discurso edificante de Dave em cima do palco. Mas, a mensagem tem sua própria força, não importa que fique tão escancarada assim.

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Ficha técnica:

David Contra os Bancos | Bank of Dave | 2023 | Reino Unido | 107 min | Direção: Chris Foggin | Roteiro: Piers Ashworth | Elenco: Joel Fry, Phoebe Dynevor, Rory Kinnear, Jo Hartley, Paul Kaye, Angus Wright.

Distribuição: Synapse.

Onde assistir:
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