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Desobediência (filme)
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Desobediência

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Como aconteceu com outros diretores latinos que se destacaram – José Padilha, por exemplo – o chileno Sebastián Lelio, cujo “Uma Mulher Fantástica” foi indicado ao Oscar neste ano, é chamado para uma produção internacional. Nesse filme “Desobediência”, uma coprodução do Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos, ele também aborda o universo LGBTQ+. Desta vez, de uma mulher inserida no tradicional ambiente judaico.

Em Nova York, a fotógrafa Ronit (Rachel Weisz) recebe um telefonema urgente sobre a saúde debilitada de seu pai, o rabino Rav, que vem a falecer. Então, Ronit retorna para Londres, anos depois de ter abandonado o pai, para as cerimônias por sua morte. Encontra seus amigos Dovid (Alessandro Nivola) e Esti (Rachel McAdams) casados, vivendo sob as rígidas regras do judaísmo. Afinal, Dovid é o rabino indicado para substituir o finado Rav. Porém, a proximidade reacende a paixão de Esti por Ronit, que cede aos impulsos incontroláveis dessa recatada esposa que se casou por conveniência. As duas tentam em vão acobertar o caso, mas será inevitável enfrentar a oposição da família e dos amigos judaicos e, principalmente, de Ronit.

Carga dramática menor

Apesar da similaridade do tema com o filme anterior de Sebastián Lelio, desta vez a carga dramática é menor. Na verdade, por mais dolorosa que seja a situação de Esti ao enfrentar o preconceito do seu círculo de relacionamento, ela não sofre tanto quanto a transexual Marina de “Uma Mulher Fantástica”, que enfrenta agressões físicas e até acusação por um crime que não cometeu. Similarmente, Esti, como Marina, tem certeza do que deseja, e verbaliza sua opção sexual para o marido. Portanto, fica afastada também a possibilidade de um conflito interno que poderia enriquecer a estória.

Quando Esti se afasta do atual grupo com quem convive, ela se sente livre para vivenciar seus desejos sexuais com Ronit. Assim, numa sequência simbólica, as duas mulheres saem do ambiente subterrâneo do metrô para subirem para a liberdade das ruas de um bairro onde ninguém as conhece. Logo, procuram um hotel para uma tarde de luxúria. Se Rachel McAdams pareceu pudica demais beijando Noomi Rapace em “Paixão” (2012), de Brian De Palma, aqui ela se mostra muito mais ousada.

Em “Uma Mulher Fantástica”, o diretor Lelio empregou várias metáforas para expressar o que a personagem principal sentia. Mas, agora, em “Desobediência”, economizou no simbolismo e ficou refém da falta de intensidade dramática do filme.


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