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Dezesseis Facadas (filme)
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Dezesseis Facadas

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Dezesseis Facadas (Totally Killer) mistura slasher, comédia e ficção-científica em doses adequadas. Entre risos e sangue, distingue-se na exploração esperta do politicamente correto. E o enredo um tanto maluco abre oportunidades para isso.

Há 35 anos, no Halloween de 1987, aconteceram assassinatos brutais na pacata cidade de Vernon. Três amigas de 16 anos apareceram mortas com 16 facadas. Nunca descobriram a identidade do assassino. Agora, no Halloween de 2023, parece que esse psicopata voltou a atacar. A morte, logo numa das primeiras cenas, surpreende – talvez uma inspiração vinda de Pânico (Scream, 1996).  

Sem travas criativas, o filme coloca na trama uma máquina do tempo. E, através dela, Jamie (Kiernan Shipka) retorna ao passado, em 1987, quando seus pais ainda tinham a sua idade. Se ela evitar esses três assassinatos, pensa ela, impedirá também esse retorno e, assim, salvará a vida de uma pessoa querida. O filme não entra muito no tema das consequências de se mudar o passado, embora cite De Volta para o Futuro (Back to the Future, 1985) e se apoie nele em vários aspectos.

Um divertido convite à reflexão

Dezesseis Facadas sabe definir seu tom de acordo com o que cada cena pede, transitando entre o slasher, a comédia e o sci-fi. Assim, a ambientação lembra um teen movie, bem mais colorido e leve do que o que encontramos no terror. Porém, as mortes são violentas, os ataques não têm nada de engraçado. Aliás, a peculiaridade das múltiplas facadas já indica o grau de sanguinolência que o filme contém.

Acima de tudo, o que mais agrada são as observações de Jamie. Tendo 16 anos, ela está muito antenada com o zeitgeist que vivemos. Então, as atitudes do final dos anos 1980 parecem absurdas para ela. Certamente, é o que sente um jovem de hoje quando assiste a um filme daquela época. E a diretora Nahnatchka Khan, neste seu segundo longa, mas já experiente em séries, consegue levantar o politicamente correto de forma muito divertida.

Funciona bem porque os comentários de Jamie parecem bem espontâneos. Por exemplo, ao fingir ser uma nova estudante da turma da sua mãe, ela precisa vestir o uniforme da Educação Física. E, com o shortinho curto, ela comenta que parece uma funcionária da Hooters. Ou seja, o sexismo era aceito como normal, assim como a homofobia e outros preconceitos. A ficção-científica permite essa percepção distanciada no tempo. Dessa forma, escancara para o público esse choque de gerações, forçado por uma situação artificial. Sem esperar, entra numa saudável constatação de que a sociedade, nesse aspecto, evoluiu. Além disso, abre ainda a perspectiva para os jovens de hoje assistirem a filmes antigos como um retrato dos comportamentos da época em que foram realizados.

Por fim, mais que sangue, risos e fantasia, Dezesseis Facadas oferece um convite a essa reflexão. E sem deixar de ser divertido.

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Ficha técnica:

Dezesseis Facadas | Totally Killer | 2023 | 106 min | EUA | Direção: Nahnatchka Khan | Roteiro: David Matalon, Sasha Perl-Raver, Jen D’Angelo | Elenco: Kiernan Shipka, Olivia Holt, Charlie Gillespie, Lochlyn Munro, Troy Leigh-Anne Johnson, Liana Liberato, Kelcey Mawema, Stephi Chin-Salvo, Anna Diaz, Ella Choi, Julie Bowen.

Onde assistir:
Dezesseis Facadas (filme)
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