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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (filme)
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Doutor Estranho no Multiverso da Loucura

Avaliação:
7.5/10

7.5/10

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Crítica | Ficha técnica

Essa não é a primeira vez que Sam Raimi dirige um filme de super-herói. Aliás, ele revolucionou esse gênero quando realizou Homem-Aranha (Spider-Man, 2002), com Tobey Maguire, que reconquistou o público dos fãs das HQs que não encontravam outra adaptação cinematográfica digna desde Superman: O Filme (1978). Em seguida, Raimi completou a trilogia do aracnídeo. Agora, tenta renovar os filmes da Marvel com Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (Doctor Strange in the Multiverse of Madness). Como? Inserindo elementos de terror na franquia, elementos que estão nas raízes de sua carreira. Afinal, ele é o criador de Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (The Evil Dead, 1981).

A trama (escrita por Michael Waldron) até ajuda, nesse sentido. O Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) enfrenta a Feiticeira Escarlate/Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen), que está possuída pelos poderes sobrenaturais do Darkhold (o Tomo Negro, ou Livro dos Pecados, ou Livro dos Malditos). Parece até o início de Uma Noite Alucinante, que também traz um livro amaldiçoado! O enredo gira em torno das tentativas da Feiticeira Escarlate de tomar o poder de transitar entre multiversos que a garota America Chavez (Xochitl Gomez) tem, enquanto o Doutor Estranho tenta impedir que isso aconteça.

Assusta, mas nem tanto

Então, ao longo do filme, a Feiticeira Escarlate ganha uma imagem cada vez mais assustadora. Nesse processo, passa por uma fase Carrie, a Estranha (1976) pós-banho de sangue; por uma aparição de dentro de um reflexo, com os ossos se recompondo; por uma versão de serial killer em perseguição frenética, com o detalhe de estar mancando como Jack Nicholson em O Iluminado (The Shining, 1980); e até uma feiticeira mesmo em uma mesa de ritual. Da mesma forma, o Doutor Estranho incorpora seu eu alternativo já morto, virando um zumbi. Além disso, há outros seres monstruosos e espíritos malignos ameaçando os personagens.

Mas, é uma produção Marvel, e a intenção não é assustar. Definitivamente, não é ser um filme de terror. Assim, o tom não é sombrio, principalmente por causa da trilha sonora de Danny Elfman. O compositor sabe como atenuar os elementos do horror, e fez isso em vários filmes de Tim Burton, inclusive em Batman (1989) e Batman: O Retorno (Batman Returns, 1992).

Efeitos visuais

Além disso, também por ser uma produção Marvel, o orçamento é gigantesco. Por um lado, ele permite que as criaturas sobrenaturais ganhem forma convincente. Por outro, os efeitos visuais se tornam prioridade, e o uso exagerado torna tudo muito fantasioso, e, sim, falso. Alguns adoram, outros odeiam, depende do gosto de cada um. Aqui, esse aspecto toma proporções enormes, o que já era previsto pelo título. Afinal, se o filme vai entrar no multiverso da loucura, presume-se que não há limites para a imaginação.

Mas, no meio de tantas viagens, com vários universos paralelos que passam até pelas tintas e pelo desenho – ecos de Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse. 2018), uma cena se destaca. É quando o Professor Xavier (Patrick Stewart) procura por Wanda Maximoff num cenário surreal. O branco é total, mas há uma porta no meio do nada. Atrás do professor, uma nuvem vermelho-sangue surge, ameaçadora. Isso não é Marvel, é Seijun Suzuki!

America, yes you can!

Por fim, vale apontar algumas desconfianças sobre as intenções do nome da garota com poderes que está em perigo ser America. Parece uma ironia, ou uma provocação a Donald Trump, que essa personagem seja vivida por uma descendente de mexicanos, sendo que Trump queria construir um muro entre os dois países vizinhos. E, em certo momento, o Doutor Estranho diz a ela: “America, yes you can!”, parafraseando o lema da campanha do ex-presidente Barack Obama. Ademais, durante o filme, várias frases podem ter uma segunda interpretação, como “Precisamos salvar America!”. Na verdade, essa personagem surgiu nos quadrinhos em 2011, mas sua inclusão nesse filme certamente levanta essas cogitações.

Enfim, concluindo, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura traz as características sempre presentes num filme do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), mas com alguns ingredientes adicionais que o colocam em um nível superior, com certeza acima de Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016)


Doutor Estranho no Multiverso da Loucura (filme)
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