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Dragnet: Desafiando o Perigo (filme)
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Dragnet: Desafiando o Perigo

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

O longa-metragem Dragnet: Desafiando o Perigo se baseia na série policial Dragnet (1967-1970), criada por Jack Webb.

Aqui, a pegada é cômica, e traz Dan Aykroyd no papel de Friday, sobrinho do protagonista Joe Friday da série. Na estória, ele ganha um novo companheiro, Streebek, interpretado por Tom Hanks. A maior parte das piadas do filme trabalha a ideia dos opostos. De um lado, Friday é o policial certinho, que segue à risca todas as regras do manual da polícia. Do outro, está o relaxado Streebek, que não liga a mínima para as normas.

Juntos, eles enfrentam uma seita chamada PAGAN, que prega o satanismo e estimula a pornografia e as drogas. Após seguirem pistas, salvam Connie, uma moça virgem que seria assassinada como sacrifício num ritual da seita. Porém, ela descobre quem é o líder desse grupo, e Friday e Streebek precisam proteger a sua vida. O problema é que ninguém acredita na dupla, e Friday acaba recebendo uma suspensão.

A princípio, as características desses vilões poderiam dar origem a um filme sinistro, em que a investigação levaria aos misteriosos caminhos do ocultismo. Porém, Dragnet: Desafiando o Perigo se desvia desse rumo. Da mesma forma, parece indicar que haverá muito sexo e nudez, pois o magnata de uma revista masculina é vítima da seita, que rouba todo o lote da nova edição. Mas, o máximo que o filme apresenta são mulheres de biquini. Por sinal, biquinis gigantes, no estilo americano.

Além disso, não há violência explícita no filme. Apesar de muitos tiros, brigas e perseguições, não vemos ninguém morrer na tela.

Elenco

Assim, fica evidente a intenção de não realizar um filme com restrições de censura. Com isso, o humor geralmente grosseiro de Dan Aykroyd fica prejudicado. O comediante, egresso da Saturday Night Live e de filmes como Os Irmãos Cara-de-Pau (1980), é também um dos roteiristas de Dragnet: Desafiando o Perigo. E, aqui, ele está contido demais para provocar alguma graça.

Além disso, ele é do tipo de humorista deadpan, ou seja, que fica com expressão imutável enquanto o mundo cai ao seu redor. Por isso, para que seu personagem Friday funcionasse, ele precisaria de um contraponto malucão no papel de seu parceiro Streebek.

E, definitivamente, Tom Hanks não é esse cara. Nesse seu início de carreira, Hanks tentava se projetar como um comediante romântico. Deu certo em Splash: Uma Sereia em Minha Vida (1984) e funcionaria ainda mais em Quero Ser Grande (1988). Porém, esse perfil não tem nada em comum com o seu personagem em Dragnet: Desafiando o Perigo.

Como resultado, a química Hanks e Aykroyd não funciona. Assim, extingue-se o potencial cômico do filme. E, como a ação também tem violência restrita e o tom do filme é indefinido, Dragnet: Desafiando o Perigo parece mais uma sequência de correria pelos pontos turísticos de Los Angeles.

Além deles, o elenco inclui Christopher Plummer como o vilão e, no papel da mocinha virgem, Alexandra Paul, de Christine: O Carro Assassino (1983).

Direção

À frente do filme, está Tom Mankiewicz, que é filho do famoso diretor Joseph L. Mankiewicz e sobrinho do roteirista Herman J. Mankiewicz, cuja vida ganhou as telas em Mank (2020). Tom não obteve sucesso na profissão. Dirigiu episódios da série Casal 20, inclusive o longa de reunião de 1996. Para o cinema, fez apenas este Dragnet: Desafiando o Perigo e Delírios (1991), com John Candy como protagonista.

Enfim, o filme é uma comédia sem graça, que se perde em criar um tom leve demais para uma trama e um tipo de humor que pediam ousadia.


Dragnet: Desafiando o Perigo (filme)
Dragnet: Desafiando o Perigo (filme)
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