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Dupla Jornada (filme)
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Dupla Jornada

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O grande trunfo de Dupla Jornada (Day Shift) está no resgate do clima dos filmes dos anos 1980 e início dos 1990. Embora sua trama não aconteça nessa época, as referências são várias.

Para começar, o filme começa com uma rápida montagem com planos que mostram a região de San Fernando Valley, onde todo o enredo se desenrola. O local, chamado de “valley”, estava fervendo nos anos 1980/1990, inclusive por conta da indústria audiovisual. Várias pequenas produtoras independentes criaram suas sedes ali, até mesmo de filmes pornôs (o que leva o protagonista a dizer que as atrizes pornôs estão em todo lugar, para explicar à ex-esposa sobre as moradoras de seu condomínio). Então, quem assistia os filmes produzidos nesses anos, com certeza reconhecerá o cenário.

As referências cinematográficas também são claras. A mais óbvia se conecta com Os Garotos Perdidos (The Lost Boys, 1987). Além de os dois filmes colocarem vampiros no centro da ação, a última frase de Dupla Jornada (“That’s what I love about LA: All the damn vampires.” – tradução: “É isso que eu amo em Los Angeles: todos os malditos vampiros”) é praticamente a mesma do filme de Joel Schumacher. Ademais, em outro momento, um personagem cita a dupla Crockett e Tubbs, que protagoniza a série Miami Vice (1984-1989).

Já em relação aos anos 1990, podemos citar a presença da música “Cop Killer”, lançada pela banda Body Count (de Ice-T) em 1992. E, também, uma citação ao filme Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles, 1994).

O enredo

Dupla Jornada é repleto de ação, uma montanha-russa que só descansa em raros momentos como a cena no Sindicato de Caçadores de Vampiros, um trecho longo e cansativo.

Bud Jablonski (Jamie Foxx) finge trabalhar como limpador de piscinas, mas na verdade ele ganha a vida como caçador de vampiros. O sindicato o paga de acordo com as presas que ele arranca da boca dos vampiros que ele mata. Na tentativa de retomar seus serviços para essa organização, ele precisa aceitar a companhia de um funcionário de escritório do sindicato. Ele é o almofadinha Seth (Dave Franco), que serve na trama como alívio cômico. A grande vilã é a líder dos vampiros Audrey (Karla Souza), que pretende criar uma união entre todos os diferentes grupos que dividem esses seres. E, sem querer, Bud vira seu alvo de vingança, após ele eliminar a filha dela.

A direção

As cenas de ação são muito boas, juntando recursos modernos com as tradicionais coreografias. Nesse quesito, o filme está bem à frente do que víamos nas décadas de 1980 e 1990. Destaca-se o efeito de corpos contorcidos dos vampiros, talvez o único ponto do filme que o aproxima do terror. Mas, o filme empolga também em uma eletrizante perseguição de carros e motos.

Essa é a grande vantagem da nova leva de diretores que antes eram dublês, como J.J. Perry que aqui estreia na direção. Se nas cenas dramáticas, ele perde um pouco a mão (como na citada cena de discussão no sindicato ou nos momentos de conversa com a ex-esposa), nas lutas o filme se supera.

Enfim, assim se justifica a escalação desses profissionais para dirigir filmes nos quais a ação ocupa a maior prioridade. Com esse bom resultado, J.J. Perry pode seguir os passos de Chad Stahelski, que também era dublê e que começou a construir uma carreira como diretor dentro da franquia John Wick, desde De Volta ao Jogo (John Wick, 2014).

Elenco

Além das boas cenas de ação, Dupla Jornada ainda se garante com a escalação de Jamie Foxx como protagonista. O ator é um daqueles com carisma suficiente para levar um filme nas suas costas, e aqui ele não decepciona. E, ao lado dele, fazendo o papel cômico está Dave Franco, o irmão de James Franco, também com uma atuação correta, sem exagerar e cair no caricato.

Dupla Jornada, assim, é um filme divertido, tem ótimas cenas de combate, ritmo frenético e ainda um pé de nostalgia.


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