Emmanuelle

Título original: Emmanuelle

Ano de lançamento: 2024

Data de estreia no Brasil: 24/04/2025

Direção: Audrey Diwan

Gênero:

Mais informações na ficha técnica abaixo do texto

Avaliação: 6/10

A obra da escritora Emmanuelle Arsan já originou vários filmes. Mas a primeira adaptação, Emmanuelle (1974), dirigida por Just Jaeckin e estrelada por Sylvia Kristel, continua sendo a mais conhecida de todas. Dentro do espírito sexploitation dos anos 1970, esse longa-metragem tirava o máximo proveito da objetificação da mulher, apresentando como diferencial a sofisticação natural da atriz holandesa e dos ambientes de luxo da trama.

A sofisticação continua na nova versão de Emmanuelle que chega aos cinemas brasileiros dentro da programação do Festival de Cinema Europeu Imovision. Afinal, a classuda (e ótima atriz) Noémie Merlant vive a protagonista, que aqui é uma auditora de qualidade de um hotel de luxo em Hong Kong. Mas, o sexploitation fica de fora sob a direção de Audrey Diwan. O que, aliás, fortalece a coerência da cineasta, cujo filme anterior, O Acontecimento (2021), traz uma visão muito feminina sobre o aborto.

Acertadamente, Audrey Diwan expõe logo de cara a famosa cena do sexo dentro do avião. Com isso, evita que essa expectativa atrapalhe a experiência do espectador. E faz o mesmo com a nudez de Noémie Merlant, que aparece inteiramente pelada na banheira após entrar em seu quarto no hotel.

Posição de poder

Emmanuelle é uma profissional diligente e íntegra. Encontra um ou outro ponto para o hotel melhorar, mas no geral não vê nenhum grande problema na gestão de Margot Parson (Naomi Watts). Então, quando o seu chefe exige que ela descubra alguma falha que justifique a perda de sua posição no ranking do setor, ela se recusa a entrar nesse jogo.

Enfim, não reside aí a linha narrativa principal. Como no livro, Emmanuelle busca novas experiências sexuais. Por isso, além do sexo no avião, ela transa com um casal e com uma garota de programa disfarçada de hóspede. No entanto, sente-se atraída pelo misterioso cliente frequente do hotel, Kei Shinohara (Will Sharpe), que trabalha para uma companhia de energia. Emmanuelle faz de tudo para seduzí-lo, mas não consegue. Assim, o procura até em regiões sinistras da cidade. Um pouco de suspense nasce nessa perseguição, porém, o que ela descobre não é nada além de um lugar de jogos de azar.

A cena final tem um paralelo com o filme de 1974, em relação a um conhecido de Emmanuelle assumir a posição de voyeur enquanto ela transa com outro homem. Mas a personagem de Sylvia Kristel era estuprada, enquanto aqui a Emmanuelle de Noémie Merlant sempre se mantém dona da situação. À parte a oportunidade de trabalhar com um material conhecido, propenso a chamar bilheteria, o Emmanuelle de Audrey Diwan atualiza o lugar da mulher quando o assunto é sexo, ou seja, não de submissão, mas de dominação.   

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Ficha técnica:

Emmanuelle | 2024 | 105 min. | França, EUA | Direção: Audrey Diwan | Roteiro: Audrey Diwan, Rebecca Zlotowski | Elenco: Noémie Merlant, Will Sharpe, Jamie Campbell, Bower, Naomi Watts, Chacha Huang, Anthony Chau-Sang Wong.

Distribuição: Imovision.

Trailer:

Onde assistir:
Chacha Huang e Noémie Merlant em "Emmanuelle" (divulgação/Imovision)

Outras críticas:

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