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Entrevista com o Vampiro (filme)
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Entrevista com o Vampiro

Avaliação:
8/10

8/10

Crítica | Ficha técnica

Estiloso e homoerótico, Entrevista com o Vampiro revigora a história desse sedutor bebedor de sangue.

Depois do sucesso de Traídos Pelo Desejo (The Crying Game, 1992), pelo qual ganhou o Oscar de roteiro original, o diretor irlandês Neil Jordan assumiu a direção dessa adaptação do livro de Anne Rice, publicado em 1976. A própria escritora assinou o roteiro, mesmo sem ter experiência no cinema, o que talvez explique um dos poucos problemas do filme. De fato, Rice não viria a escrever novamente para a tela grande.

A história

O vampiro Louis (Brad Pitt) decide contar sua história para Malloy (Christian Slater), que o entrevista. E o relato começa no longínquo 1791 em New Orleans, nos EUA. Aliás, não na Europa, como na maioria dos contos sobre vampiros. Depois de perder a esposa e a filha, o jovem fazendeiro Louis se deixa seduzir pelo antigo vampiro Lestat (Tom Cruise).

Porém, Louis se recusa a ser cruel como seu mentor, e prefere beber sangue de pequenos animais e não de seres humanos. Logo, as divergências aumentam após Lestat transformar em vampiro a menina Claudia (Kirsten Dunst), de quem Louis havia surpreendentemente bebido sangue. Quando ela se revolta com a impossibilidade de se tornar adulta, resolve destruir Lestat.

Análise do filme

Enquanto Entrevista com o Vampiro apresenta esses personagens e suas particularidades como criaturas da noite, onde os novos vampiros sofrem para se adaptarem, o filme é empolgante. E essa fase se encerra com um inesperado resultado que o diretor Neil Jordan filma com primor, sem deixar que o espectador o possa prever.

Depois, o filme sofre com o roteiro que apresenta outro desafio para Louis, mas que se resolve rápido e fácil demais. Nesse sentido, Louis e Claudia partem para a Europa, onde enfrentam um grupo de vampiros de um teatro na França. Após serem atacados, Louis se vinga destruindo a todos os oponentes. E essa conclusão é que soa frustrante porque não parece ser um desafio à altura para o protagonista. De fato, essa parte na Europa acaba sendo o ponto fraco do filme, e chega até a cansar o espectador com seu ritmo lento.

Deslumbre visual

Porém, isso não tira todo o brilho do filme, que é um deslumbre visual, tanto na cenografia, como na maquiagem. Por um lado, os cenários reproduzem épocas antigas e locais tão distintos quanto o sul dos EUA e Paris, geralmente em ambiente luxuoso. Nesse quesito, um dos mais surpreendentes é o subsolo do teatro francês, onde os vampiros moram. Além da construção impressionante, destaca-se a habilidade de Neil Jordan em refletir a profundidade vertical desse cenário.

Adicionalmente, a maquiagem consegue mesclar algumas referências tradicionais dos vampiros no cinema. Nesse sentido, com a pele branca e os olhos claríssimos, incrementando com uma arcada dentária que fica proeminente mesmo com a boca fechada. Aliás, muito distante dos caninos pontudos utilizados demasiadas vezes nos filmes. Dessa forma, sem vestirem as capas já banalizadas até em fantasias de Halloween, os vampiros de Neil Jordan podem se mesclar com a população normal. Com certeza, essa maquiagem deve ter sido uma das referências para Crepúsculo (Twilight, 2008) e suas sequências.

O terror

Enfim, o terror em Entrevista com o Vampiro surge de alguns sustos e da abundância de sangue nas telas. A cena da morte do vampiro veterano, por exemplo, possui uma beleza estética magnífica e ao mesmo tempo é arrepiante. Ademais, os efeitos especiais surpreendem e, também, contribuem para as cenas de ação serem, ainda hoje, empolgantes.

Além disso, a sensualidade em Entrevista com o Vampiro também foge do padrão, estimulando a libido homossexual dos espectadores. Nesse contexto, Lestat de Tom Cruise usa sua força sedutora para convencer o Louis de Brad Pitt, falando bem perto de seu ouvido, como também faz depois Louis com o Armand de Antonio Banderas. E para o público masculino hetero, o ingrediente é a belíssima vítima da peça de teatro parisiense, que fica totalmente nua ao ser atacada pelos vampiros.

Para concluir, Entrevista com o Vampiro rivaliza com o Drácula de Bram Stoker (Dracula, 1992) dirigido Francis Ford Coppola e lançado dois anos antes. Ambos excelentes, visualmente estilizados e impactantes.


Ficha técnica:

Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles, 1994) EUA. 123 min. Dir: Neil Jordan. Rot: Anne Rice. Elenco: Brad Pitt, Christian Slater, Tom Cruise, Kirsten Dunst, Thandie Newton, Stephen Rea, Antonio Banderas, Sara Stockbridge, Laure Marsac, Domiziana Giordano.

Onde assistir:
Entrevista com o Vampiro (filme)
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