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Era Uma Vez Em Nova York (filme)
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Era Uma Vez Em Nova York

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Com uma impressionante atuação de Marion Cotillard, Era Uma Vez Em Nova York (The Immigrant) retrata a dura experiência de uma imigrante polonesa em Nova York, em 1921. Em seu terceiro longa-metragem, o diretor James Gray retorna ao tema de sua elogiada estreia, Fuga Para Odessa (Little Odessa, 1994), que revela a vida de imigrantes russos no Brooklyn.

Marion Cotillard interpreta Ewa Cybulska, que chega da Polônia com sua irmã Magda (Angela Sarafyan). Mas, logo que chegam, as duas são separadas, pois Magda está com tuberculose e é retida em Ellis Island. Essa personagem coadjuvante, que pouco aparece no filme, tem influência essencial nas motivações da protagonista. Afinal, Ewa aguenta com resiliência a exploração do empresário Bruno Weiss (Joquin Phoenix) porque mantém a esperança de rever a irmã curada da doença. Por outro lado, Magda representa, também, uma âncora para Ewa. Por causa dela, Ewa não pode aceitar a oferta de um emprego mais honesto ao lado do mágico Orlando (Jeremy Renner), primo e rival de Bruno.

Da mesma forma, a figura de Bruno também lança uma dubiedade na vida de Ewa. Explosivo, ele às vezes agride a imigrante, e a obriga a ser dançarina de vaudeville e até a se prostituir. Mas, é ele quem a salva de ser deportada. Além disso, consegue meios para ela ganhar o dinheiro para o tratamento da irmã. Por fim, Bruno acaba se apaixonando por Ewa, o que também resulta em pontos positivos e negativos na vida dela. Isso porque a paixão o induz a proteger sua amada, mas também leva a um ciúme obsessivo.

Direção e elenco

James Gray pinta o filme com tons marrons e cinzas, que auxiliam na reconstituição de época, ao mesmo tempo que reforçam o tom triste dessa narrativa dramática. Ademais, a fotografia permanece escura durante toda a duração do longa. Mesmo as apresentações do teatro de variedades ganham uma conotação azeda, contrastando com a alegria alcoolizada do público presente. Talvez o único momento de alívio, tanto para o filme como para a protagonista, seja aquele em que Ewa assiste aos números de magia de Orlando na Ilha de Ellis. Ela embarca na fantasia, e acredita nos clamores de esperança do artista.

O desempenho de Marion Cotillard é fantástico. Nessa cena acima, a atriz comove com sua ingênua empolgação e esperança por algo que nós acreditamos impossível, que é rever a irmã. Em outros trechos, sofremos com ela as explorações e as agressões de Bruno. E, além disso, ainda nos impressionamos com as longas falas em polonês ditas pela francesa Cotillard.

Na outra ponta, está Joaquin Phoenix, ator que James Gray já dirigira antes em seu filme Caminho Sem Volta (The Yards, 2000). Phoenix está intenso, mas aqui sem a calibragem que impressionaria em Coringa (2019). Parece exagerado em algumas cenas, porém não convence como o apresentador carismático em cima do palco, uma faceta que ele não conseguiu absorver e externalizar. Mas, na cena dramática da conclusão, vemos, enfim, o grande ator que ele é.

Era Uma Vez Em Nova York comove com sua história triste, daquelas em que a protagonista sofre horrores durante todo o filme. Mas, incomodam a atuação de Joaquin Phoenix e o uso artificial de computação gráfica para a reconstituir a Nova York da época. Vale pela entrega de Marion Cotillard, porém, todos os principais envolvidos realizaram e realizariam filmes melhores.


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