Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro se enquadra naquele subgênero de terror e comédia que já rendeu sucessos de bilheteria como Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead, 2004) e Zumbilândia (Zombieland, 2009).
O elenco já entrega que aqui a comédia prevalece, mas as cenas de terror foram filmadas para assustar, como esse subgênero pede. E a ideia do roteiro de Danilo Gentili, que também interpreta o protagonista, se inspira no clássico Os Caça-Fantasmas (Ghostbusters, 1984). Um trio de amigos cria um serviço de caçadores de assombrações. Enquanto a demanda está baixa, eles postam vídeos no canal no Youtube para tentar ganhar dinheiro.
Um diretor de escola contrata o trio para acabar com o boato de que há uma assombração no banheiro. Esses rumores surgem após a morte de um aluno, então, o plano é que os caça-assombrações passem uma noite na escola e declarem que nada encontraram. Porém, o trio e mais um amigo descobrirão que a velha lenda da loira do banheiro existe e assombra a escola.
A comédia funciona
A porção cômica de Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro funciona. Como os atores são humoristas, as piadas nas suas falas ficam muito engraçadas. Há sacadas irreverentes, como o product placement do Rei do Mate, patrocinador de fato do filme. O personagem aparece com um enorme copo dessa rede com a marca descaradamente apontada para a câmera. E o melhor está nos créditos finais, com cenas de programas reais da televisão com o trio de caçadores de assombrações dando entrevistas.
Porém, o terror fica prejudicado. A intenção de provocar medo é boa, evita o filme de cair na vala das sátiras no estilo Todo Mundo em Pânico (Scary Movie,2000). Os efeitos especiais, no entanto, atrapalham essa tentativa. Na última cena, eles são eficientes, mas há momentos muito ruins, como o feto que não consegue disfarçar que é só um boneco – e olha que Nasce Um Mostro (It’s Alive) conseguia assustar com um feto em 1974. Então, Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro acaba apelando para o nojento. Por exemplo, há uma bosta assassina, canibalismo, enfim, um mau gosto que não se relaciona com o gore dos filmes de terror.
Além disso, a direção procura o caminho menos nobre do gênero terror e enche o filme de sustos baratos (os jump scares), ao invés de criar um clima tenebroso. Para piorar, os personagens são muito superficiais, não provocam a empatia do público, e, inexplicavelmente uma das personagens principais morre logo no início do filme.
Então, se você quer dar boas risadas, e não se importa com mau gosto, confira Exterminadores do Além Contra a Loira do Banheiro. Mas se procura sentir medo, prefira Zumbilândia: Atire Duas Vezes (Zombieland: Double Tap), lançado também nesse ano.
