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Poster de "Flamin' Hot - O Sabor que Mudou a História"
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Flamin’ Hot – O Sabor que Mudou a História

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

A história do faxineiro da Frito Lay que teve a ideia de lançar salgadinhos com sabores picantes virou filme. Flamin’ Hot – O Sabor que Mudou a História, além disso, acrescenta à jornada de superação de Richard Montañez uma mensagem de empoderamento dos latinos que vivem nos Estados Unidos.

O filme mostra que, desde criança, Richard Montañez sofria o preconceito. Era alvo de bullying na escola que estudou em Guasti, Califórnia, em meados dos anos 1960. Isso o desestimulou a continuar estudando, por isso não terminou o colegial e caiu no mundo do tráfico de drogas. Felizmente, a gravidez da sua esposa o fez se decidir por uma vida honesta. Porém, não conseguia emprego, até um amigo o indicar para uma vaga na Frito Lay, onde começou (e permaneceu assim por anos) como faxineiro.

Com o apoio de um mentor na fábrica e, incentivado por um discurso do presidente da holding, a Pepsico, Montañez levou para frente sua ideia de criar salgadinhos com tempero apimentado. O objetivo da proposta era mirar o enorme público consumidor formado pelos milhões de latinos, principalmente mexicanos, que vivem nos Estados Unidos. Enfrentando todos os obstáculos, e os usuais sabotadores de plantão, o empreendimento foi abraçado pelo presidente e, no fim, se tornou um enorme sucesso.

Direção criativa

Histórias edificantes como essa possuem um enorme apelo popular. E Eva Longoria – a atriz da série Desperate Housewives (2004-2012) que dirige aqui seu primeiro longa ficcional após a direção de vários episódios de séries, um longa documental e dois curtas – não desperdiça a oportunidade. Filha de descendentes mexicanos, ela ainda acrescenta um forte apelo de empoderamento à comunidade latina. Nesse sentido, deixa evidente episódios em que o protagonista sofre preconceito por suas origens. Por exemplo, o filho de Montañez conta que o chamaram de “wetback” na escola, um termo pejorativo que remete aos imigrantes mexicanos ilegais que cruzam a fronteira pelo rio ou pelo mar e chegam com as costas molhadas.

O trabalho de direção de Eva Longoria indica que ela busca um estilo além do convencional. Pelo menos, nesta cinebiografia, gênero que produz muitos filmes chatos quando os realizadores confiam que o mero relato dos fatos é suficiente. Longoria usa a narração em primeira pessoa, movimentando bastante a câmera, o que deixa o ritmo bem dinâmico. Usa, porém, algumas piadas batidas, como a câmera que foca um personagem para depois revelar que esse não é o narrador.

A melhor sacada, pela criatividade e por ser de fato engraçada, é quando mostra os executivos da Pepsi falando e gesticulando como mexicanos. Contudo, apesar de ser boa, não precisava repetir a mesma situação em outro momento do filme. Outra prova da busca de recursos inventivos está na passagem dos anos na era Reagan com os anos (de 1984 a 1992) espalhados em lugares inusitados dentro da tela – como nas caixas de salgadinhos, em placas etc.

Assim, Flamin’ Hot – O Sabor que Mudou a História proporciona uma experiência divertida, fácil de assistir e ainda com uma mensagem importante contra o preconceito. Uma boa estreia para a diretora Eva Longoria.

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Ficha técnica de “Flamin’ Hot: O Sabor que Mudou a História”:

Flamin’ Hot – O Sabor que Mudou a História | Flamin’ Hot | 2023 | 99 min | EUA | Direção: Eva Longoria | Roteiro: Lewis Colick, Linda Yvette Chávez | Elenco: Jesse Garcia, Annie Gonzalez, Emilio Rivera, Vanessa Martinez, Dennis Haysbert, Tony Shalhoub, Pepe Serna, Bobby Soto.

Onde assistir:
Um funcionário mostra um pacote de salgadinhos para seu chefe numa fábrica
Cena de "Flamin' Hot - O Sabor que Mudou a História"
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