Poster de "Linha Mortal"
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Linha Mortal

Avaliação:
5,5/10

5,5/10

Crítica | Ficha técnica

Após a boa recepção que o seu filme Os Garotos Perdidos (1987) obteve, o diretor Joel Schumacher investiu em um novo terror para jovens: Linha Mortal (Flatliners). Para o novo projeto, conseguiu reunir jovens talentos em ascensão, como Kiefer Sutherland, Kevin Bacon, William Baldwin e, especialmente, Julia Roberts, que acabara de estourar em Uma Linda Mulher (1990).

A premissa de Linha Mortal incorpora a disputa entre religião e ciência, bem como representa a ambição desenfreada dos chamados yuppies. No enredo, cinco estudantes de medicina iniciam proibidos experimentos para descobrir o que existe após a morte. Para isso, induzem uma parada cardíaca em um deles e o revivem após alguns minutos. O primeiro voluntário é o autor da ideia, Nelson Wright (Kiefer Sutherland). Como, aparentemente, a experiência dá certo, os outros também querem tentar. Mas, competitivos entre si, cada um quer ficar mais tempo nesse estado de quase morte.

Logo, surgem os efeitos dessa ousadia. Todos que serviram de cobaia começam a ver aparições assustadores, ligadas a alguma culpa que ela carrega. E são visões que conseguem provocar danos físicos, como os que Nelson sofre de um menino que o surra em cada visita. Esse desenvolvimento do roteiro, escrito pelo estreante Peter Filardi, segue o batido tema do trauma que cada um precisa resolver para ter a consciência tranquila – batido, mas que funciona. Contudo, a trama poderia ser mais criativa e não repetir o bullying como origem de dois dos casos.

Direção fraca

Porém, é a direção de Joel Schumacher que apresenta mais problemas. Nem tanto pelo visual que ficou ultrapassado, pois as névoas por todo lado, o neon e a predominância de cenas noturnas marcaram a época da realização do filme e hoje valem como efeito nostálgico.

Os erros de Schumacher são básicos e quebram a gramática que existe desde o cinema clássico. Por exemplo, durante a experiência com Nelson, intercaladas com a câmera objetiva que filma a cena estão as tomadas em preto e branco a partir da handicam de Joe (William Baldwin), encarregado de registrar o evento. E essa tomada filmada por Joe é que se aproxima do rosto de Nelson para significar que o que veremos a seguir é o que está dentro da cabeça dele. Mas, esse movimento deveria vir da câmera objetiva, Não faz sentido partir da câmera de VHS que está dentro da cena. Fica a impressão de que é Joe que está conseguindo ver o que está na mente da cobaia da vez.

Outro uso indevido da linguagem do cinema está no uso da câmera subjetiva que mostra a visão do menino que está perseguindo Nelson em suas visões. Portanto, sendo uma alucinação, não caberia aqui mostrar o seu ponto de vista. Sem contar que esse recurso aqui não agrega nenhum suspense à cena.

É fato que Joel Schumacher (1939-2020) nunca foi um diretormuito talentoso. Mas, talvez em metade da sua filmografia, ele conseguiu ser pelo menos competente. Não é o caso de Linha Mortal, cujo roteiro era até interessante, porém foi mal filmado.

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Ficha técnica:

Linha Mortal | Flatliners | 1990 | 115 min. | EUA | Direção: Joel Schumacher | Roteiro: Peter Filardi | Elenco: Kiefer Sutherland, Kevin Bacon, Julia Roberts, William Baldwin, Oliver Platt, Kimberly Scott, Joshua Rudoy, Benjamin Mouton, Hope Davis.

Onde assistir:
Kevin Bacon em "Linha Mortal"
Kevin Bacon em "Linha Mortal"
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