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Madame Bovary (2014)
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Madame Bovary

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Há uma dezena de versões de filmes baseados na obra Madame Bovary de Gustave Flaubert publicada em 1857. Talvez a mais famosa seja a dirigida por Claude Chabrol e com Isabelle Huppert como protagonista que chegou aos cinemas em 1991. Quem assume o desafio nesta releitura de 2014 é a diretora francesa Sophie Barthes, no segundo longa-metragem de sua carreira, e a atriz Mia Wasikowska, que conhecemos de Alice no País das Maravilhas (2010).

Anti-heroína

Na estória, Madame Bovary é a anti-heroína casada com um médico que fica entediada com a vida que leva. Assim, arruma amantes e torra o dinheiro do marido, levando-os à ruína financeira e moral. Para caracterizar esse retrato cruel do século 19, a diretora Barthes opta por uma fotografia com tons marrons, iluminação escura, se afastando do glamour que muitos filmes assumem ao retratar essa época. Com isso, Bovary e seu marido vivem em uma casa grande e chique, mas não há alegria nela.

O prólogo de Madame Bovary antecipa que os acontecimentos não serão felizes, pois vemos a protagonista correndo em uma trilha na floresta e cai, talvez morta. Não há nenhum diálogo nem narração até os sete minutos do filme e o espectador é inserido em um ambiente incômodo, ilustrado pela câmera trêmula. Aliás, no casamento, Bovary não está radiante.

Por outro lado, as paisagens do campo que poderiam inserir beleza no filme logo são interrompidas por um evento de caça entre os amigos do amante de Bovary. Então, eles matam um bonito veado e entregam suas entranhas aos cães. Depois, em outra sequência brutal, acompanhamos o marido de Emma Bovary realizando uma selvagem cirurgia sem anestesia.

Visão pessimista

Dessa forma, em Madame Bovary, Sophie Barthes respeita a visão pessimista de Gustave Flaubert. Porém, acaba assim afastando o espectador de qualquer empatia com a protagonista, conduzindo-o a assumir a mesma posição moralista em relação a ela. Ao trilhar esse caminho mais óbvio, Barthes agradará o público convicto a julgar o comportamento alheio, um viés mais próximo da época em que o livro foi escrito, do que dos tempos atuais.

 

Onde assistir:
Madame Bovary (2014)
Madame Bovary (2014)
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