Madame Dubarry faz parte da fase muda alemã do diretor Ernst Lubitsch, que depois faria carreira em Hollywood.
O filme, de quase duas horas de duração, é um épico ambientado no final do século 18. Como foco, está a Revolução Francesa e, especificamente, a Madame Dubarry, amante do rei Luís XV.
Jeanne Vaubernier é uma jovem trabalhadora da plebe, noiva de Armand De Foix. Quando um incidente a envolve com o embaixador espanhol Don Diego, ela então percebe o poder da sua beleza sobre os homens.
Por meio da sedução, ela galga os degraus sociais, e chega até o rei Luís XV, de quem se torna amante. Nesse sentido, o filme mostra como a Madame Dubarry, novo nome que Jeanne adquire após se casar com um nobre, consegue influenciar o rei até nas decisões políticas. Porém, com a Revolução Francesa, todos os poderosos serão decapitados na guilhotina, inclusive Dubarry.
Análise
O longa flui com dinamismo, já que Lubitsch monta o filme em sequência cronológica, permitindo a fácil compreensão do espectador. Por um lado, há um pouco do estilo expressionista alemão em alguns enquadramentos onde os personagens estão atrás do primeiro plano. Em outras palavras, naqueles onde algum elemento arquitetônico contribui para a composição dramática da cena, bem como no uso das sombras.
Por outro lado, Lubitsch utiliza também algumas poucas sequências paralelas. Por exemplo, mais perto do final de Madame Dubarry, quando Armand aguarda o cumprimento de sua sentença de morte e Jeanne pede sua salvação ao rei. Mas mesmo sem recorrer tanto à nova gramática do cinema, Lubitsch consegue fazer deste filme um drama com bastante emoção, principalmente para o público da época.
Ingualmente, esta produção alemã surpreende também por suas proporções. O cenário que foi construído faz uma bela reconstituição da época da sua estória e o filme utiliza centenas de extras, principalmente nas cenas da queda da Bastilha.
Enfim, Madame Dubarry é um ótimo exemplar do cinema alemão do período da República Weimar, anterior ao nazismo.
