A dupla Olivier Nakache e Éric Toledano, de Intocáveis (Intouchables, 2011), consegue novamente emocionar com o drama edificante Mais Que Especiais.
A história mais que especial
Vincent Cassel interpreta Bruno Haroche, o dono de uma associação de assistência chamada “A Voz dos Justos”, que acolhe crianças e adolescentes autistas. Além do complicado cotidiano, Bruno enfrenta a inspeção dos órgãos públicos que podem fechar a associação, que funciona há 15 anos sem uma licença.
Para isso, Bruno conta com o apoio de Malik (Reda Kateb) que lidera uma organização semelhante, mas devidamente regulamentada. E é ele quem ajuda a fazer a gestão dos jovens cuidadores, principalmente os novos. Afinal, eles dão muito trabalho, chegando atrasado e sem ter a consciência de que qualquer descuido pode causar uma tragédia.
O filme se concentra em alguns casos específicos para passar sua mensagem e descrever o difícil trabalho de todos que se dedicam a esse trabalho. Principalmente, Bruno Haroche, cuja motivação é prestar uma sincera ajuda a essas pessoas especiais. Porque ele sabe que poucas instituições as aceitam.
Assim, acompanhamos Joseph, um dos mais antigos da associação, que se encontra a um passo de conseguir uma vida um pouco mais autônoma. O que é necessário, pois sua mãe já está ficando velha e se preocupa em como ele conseguirá se virar sozinho.
E, também a dificuldade que o novo cuidador Dylan tem para cumprir o horário e suas funções. Ele toma conta de Valentim, um adolescente que não consegue se comunicar e é muito agressivo.
Análise do filme
Olivier Nakache e Éric Toledano fazem um trabalho competente de direção, mantendo um ritmo frenético num filme que, essencialmente, é dramático. Nesse sentido, usam um tema musical recorrente na trilha sonora para acelerar alguns momentos com montagens ágeis. Adicionalmente, se preocupam em manter um tom leve. Por isso, incluem no filme a paquera de Dylan com uma jovem fonoaudióloga, bem como uma cena com um jogo de conhecimento entre as equipes de Bruno e Malik.
E desaceleram o ritmo para emocionar com um momento lúdico, onde os pacientes se apresentam numa peça musical de teatro. Aliás, ao acompanharmos os personagens que conhecemos durante o filme, se divertindo nesse pequeno show, e mostrando o progresso que conquistaram, é difícil conter as lágrimas.
Além de comovente, Mais Que Especiais homenageia os profissionais da área. Além disso, ainda alerta para que os órgãos públicos apoiem e não destruam as organizações que prestam devidamente um grande serviço social, mesmo que ainda não tenham a autorização.