Poster de "Mar em Chamas"
[seo_header]
[seo_footer]

Mar em Chamas

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

Imediatamente depois de Terremoto (2018), o diretor norueguês John Andreas Andersen engatou outro filme-catástrofe, Mar em Chamas. Como o título sugere, o desastre acontece no mar, especificamente numa plataforma petrolífera, situação que remete a Horizonte Profundo: Desastre no Golfo (2016), de Peter Berg.

O que a trama de Mar em Chamas traz de diferente é a concentração da tragédia em poucos personagens. Na verdade, apenas um funcionário de várias plataformas fica para trás após a ordem de evacuação diante de uma iminente explosão de uma imensa quantidade de gás submerso. Para se ter uma ideia, no Deepwater Horizon, que realmente aconteceu, um poço explodiu, e nesse filme fictício são 350 poços.

A redução a apenas uma vítima soa absurda, num desastre dessa dimensão, mas funciona em questões de dramaturgia. Evita-se, assim, a dificuldade de gerar empatia no espectador em relação a um grupo de dez pessoas, como costuma ser de praxe nesse gênero de filme. Com isso, o enredo ganha espaço para envolver o público mostrando bastante a vida pessoal de Stian (Henrik Bjelland), o funcionário que se voluntaria para fechar a única bomba que ficou aberta na plataforma.

Na verdade, a protagonista não é Stian, mas sua namorada Sofia (Kristine Kujath Thorp). Especialista em guiar remotamente um robô submerso que pode consertar partes de uma plataforma petrolífera, ela enfrenta as autoridades para arriscar um improvável resgate do seu namorado, que está ferido, mas ainda vivo na base em alto-mar prestes a explodir. Junto a ela, seu amigo Arthur (Rolf Kristian Larsen), que é tão leal que soa caricato. Sua falta de coragem só serve mesmo para destacar a bravura da heroína Sofia.

Sem os típicos vilões

As autoridades, incluindo o líder da companhia de petróleo e o ministro da energia da Noruega, agem de forma dura, mas racional, sem cair na vilania exagerada. Faz sentido que o responsável se recuse a mandar uma equipe para um duvidoso resgate de só uma vida. Mas, esta é uma das mensagens que Mar em Chamas quer evidenciar, a de que toda vida humana importa. A outra, igualmente abordada sem culpar as autoridades, é ambientalista. Se o erro foi explorar exageradamente os poços submersos – provável causa do desastre – a solução de atear fogo no óleo que vazou visa causar o menor dano possível à natureza, dentro dessas circunstâncias extremas.

Mar em Chamas, portanto, apresenta essa tendência a evitar o espalhafatoso, tão comum nos filmes hollywoodianos do gênero. A tragédia aqui é um risco possível, por isso, fica o alerta para repensar se vale a pena, no longo prazo, essa extração desenfreada de petróleo. Ao evitar os personagens malucos em cargos importantes, o filme de John Andreas Andersen aproxima esse risco da realidade. Em outras palavras, não são só os vilões mal-intencionados que podem causar as catástrofes.

___________________________________________

Ficha técnica:

Mar em Chamas | Nordsjøen | 2021 | 104 min. | Noruega, Suécia, Dinamarca | Direção: John Andreas Andersen | Roteiro: Harald Rosenløw-Eeg, Lars Gudmestad | Elenco: Kristine Kujath Thorp, Henrik Bjelland, Rolf Kristian Larsen, Anders Baasmo, Bjørn Floberg, Anneke von der Lippe, Christoffer Staib, Ane Skumsvoll, Cengiz Al, Nils Elias Olsen.

Onde assistir:
Kristine Kujath Thorp em "Mar em Chamas"
Kristine Kujath Thorp em "Mar em Chamas"
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo