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Matadouro Cinco (filme)
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Matadouro Cinco

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

Matadouro Cinco é o único filme de ficção-científica dirigido por George Roy Hill, que realizou poucos, mas memoráveis, longas em vários gêneros. Por exemplo, ele é o diretor de Butch Cassidy, Golpe de Mestre, O Mundo Segundo Garp, etc.

Em Matadouro Cinco, Billy Pilgrim foi abduzido por alienígenas e levado para o planeta Tralfamadore, na quarta dimensão. Agora, sua vida não segue mais uma linha cronológica do tempo. Então o acompanhamos em vários momentos distintos, em ordem randômica. Principalmente durante a Segunda Guerra Mundial, no seu casamento com uma moça rica e na sua carreira profissional de sucesso.

No planeta Tralfamadore, sabemos pelos gritos e aplausos que há uma plateia acompanhando sua vida, como se fosse num programa Big Brother interplanetário. Além dos momentos aleatórios de sua vida, o público assiste a intimidade de Billy ao lado da exuberante atriz Montana Wildhack.

Os momentos da vida de Billy se alternam, mas existe um certo padrão, explicado pelo próprio protagonista na parte final do filme. Ele concluiu que ele, como todos, enfrenta vários momentos difíceis, portanto, para sobreviver, a receita é se concentrar nas passagens felizes. É por isso que vemos Billy tentando se livrar de uma situação problemática pensando que está em outro lugar. E isso explica também a passagem de uma cena dramática para outra mais tranquila.

Fluidez

O diretor George Roy Hill trabalha essas muitas transições de cenas com criativas justaposições, procurando unir diferentes sequências tomando um objeto como referência para um outro similar no trecho subsequente. Esse recurso se torna essencial para garantir a fluidez entre as situações e ilustrar a situação atemporal do protagonista. Por Matadouro Cinco, George Roy Hill ganhou o prêmio do júri em Cannes em 1972.

A propósito, o título com a palavra matadouro se refere ao local onde Billy e seus companheiros do exército americano são aprisionados em Dresden, cidade alemã que logo seria bombardeada pelos EUA. O termo evidencia uma crítica ao ato de guerra que dizimou milhares de civis locais.

Crítica à guerra

Afinal, o filme foi realizado no início dos anos 1970, época em que a Nova Hollywood era a tendência do cinema. Então, Matadouro Cinco com certeza possui um engajamento político, principalmente quanto à participação americana nas guerras. Isso fica claro não só nessa referência ao bombardeio de Dresden, mas também no filme todo. A trama de abdução pode ser interpretada também como um efeito da loucura do personagem principal depois de suas experiências como soldado na guerra. Essa leitura do filme pode ser justificada pelas constantes tentativas de Billy de fugir da realidade quando esta se torna difícil, levando seu pensamento para outra situação mais agradável. E também pela presença da atriz de cinema no planeta alienígena, uma mulher que ele já assistira num filme e que teria se tornado seu desejo impossível.

Essencialmente, o filme, respeitando sua narrativa não cronológica, é todo recortado. Hoje, depois de termos assistido a Amnésia (2000) e outros com premissa similar, já encaramos Matadouro Cinco com menor estranheza. Na verdade, chegamos até a imaginar que a trama seria mais complexa.

Acima de tudo, o que engrandece Matadouro Cinco é a possiblidade de o lermos como uma crítica à participação dos EUA nas guerras.

 

Ficha técnica:

Matadouro Cinco (Slaughterhouse Five, 1972) EUA. 104 min. Dir: George Roy Hill. Rot: Stephen Geller. Elenco: Michael Sacks, Ron Leibman, Eugene Roche, Sharon Gans, Valerie Perrine, Holly Near, Perry King, Kevin Conway, Friedrich von Ledebur, Ekkehardt Belle.

Matadouro Cinco (filme)
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