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Golda - A Mulher de Uma Nação (filme)
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Golda – A Mulher de Uma Nação

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

Golda – A Mulher de Uma Nação mostra como Golda Meir, primeira-ministra de Israel, lidou com a Guerra do Yom Kippur. No conflito, que durou de 6 a 26 de outubro de 1973, Egito e Síria atacaram bases israelenses na região do Suez.

Ao se centrar na perspectiva de Golda Meir, magnificamente interpretada por Helen Mirren, o filme humaniza essa controversa figura política. Além de mostrar todos os eventos sob o seu olhar, o longa ainda revela sua dura luta contra um linfoma em estágio avançado. Seu sofrimento maior, porém, vem das vidas perdidas dos jovens soldados durante os combates. Com finalidade dramatúrgica, uma delas é o filho de uma das funcionárias do seu gabinete. Além disso, a dor se agrava com seu sentimento de culpa, por ter demorado a agir diante dos primeiros sinais de guerra (na verdade, um erro de uma pessoa de sua equipe).

A direção

Assina a direção de Golda – A Mulher de Uma Nação o israelense Guy Nattiv, vencedor do Oscar com o seu curta-metragem Skin (2018). Nattiv faz aqui um trabalho de destaque. Usa muito bem os travellings para contar a narrativa através das imagens. Nesse sentido, observe como o movimento da câmera na cena do hospital perto do fim comunica o quanto a protagonista foi importante para selar uma paz na região, constatação já próxima do fim da sua vida.

Fiel à intenção de mostrar a perspectiva de Golda Meir, o diretor não cai na tentação de filmar as batalhas. Ao invés disso, usa a criatividade. Por um lado, mantendo-se com a protagonista na sala de operações militares, ouvindo com ansiedade o que acontece lá no front. Por outro, ao reproduzir a visão de um radar (ou similar) que observa os tanques inimigos. Esses recursos, aliás, servem até de modelos para produções que não podem gastar com encenações de batalhas.

Guy Natiff vai ainda mais fundo na busca por retratar os sentimentos da personagem principal. Nesse caminho, entra no instigante ambiente da alucinação para chegar próximo do terror, ao tentar transpor para as telas a aflição de Golda Meir pelos soldados mortos.

Porém, nem todas as escolhas da direção funcionam, pois Natiff sucumbe aos modismos do cinema contemporâneo. O mais evidente, e mais dispensável, é colocar um trecho de vômito para expressar que o personagem está nervoso. O outro, usado provavelmente para enaltecer a atuação de Helen Mirren, se refere à inserção de material de arquivo com a verdadeira Golda Meir, na parte final. Parece ser um truque barato para mostrar o quanto a atriz está parecida com ela.

Limpando Golda Meir

Acima de tudo, Guy Nattiv quer enaltecer essa figura histórica de seu país. Uma pessoa tão forte que peitou um dos governos mais nefastos dos Estados Unidos – a do presidente Richard Nixon. Negociou, duramente, com o secretário americano Henry Kissinger, para que o cessar fogo fosse favorável também a Israel. Eliminar qualquer controvérsia a respeito de Golda Meir, assim, faz parte desse objetivo do diretor. Por isso, não é à toa que o filme mostra sua absolvição na comissão que investiga seus atos durante a guerra.

Com ótima atuação de Helen Mirren e uma direção que sai do lugar comum, Golda – A Mulher de Uma Nação é um filme de guerra político que nunca fica cansativo.

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Ficha técnica:

Golda – A Mulher de Uma Nação | Golda | 2023 | 100 min. | Reino Unido, EUA | Direção: Guy Nattiv | Roteiro: Nicholas Martin | Elenco: Helen Mirren, Zed Josef, Claudette Williams, Henry Goodman, Olivia Brody, Emma Davies, Rotem Keinan, Camille Cottin, Jonathan Tafler.

Distribuição: Diamond Filmes.

Trailer aqui.

Onde assistir:
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