Mente Criminosa (filme)
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Mente Criminosa

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

Crítica | Ficha técnica

Mente Criminosa (Criminal) explora uma daquelas possibilidades absurdas (pelo menos hoje) de evolução científica. Na sua premissa, um agente da CIA com informações essenciais é assassinado e um procedimento experimental transfere sua memória para um criminoso condenado. A ideia me lembrou A Outra Face (Face/Off, 1997), de John Woo, no qual o personagem de John Travolta recebe o transplante do rosto do terrorista vivido por Nicolas Cage.

O quarto longa do diretor Avril Vromen, Mente Criminosa, se inicia com uma sequência impactante. Com planos curtos e enigmáticos, acompanhamos o agente da CIA Bill Pope (Ryan Reynolds) fugindo com uma bolsa cheia de dinheiro. A ação desemboca numa sempre brutal cena de tortura, com resultados fatais. Pois é, um dos astros do elenco morre logo na parte inicial. Ou seja, uma participação ainda mais breve do que a de Janet Leigh em Psicose (Psycho, 1960). Enfim, o desaparecimento se justifica, pois sua morte abre espaço para a entrada do verdadeiro protagonista do filme, o condenado Jerico (Kevin Costner).

A força de Jerico

Jerico dá força ao filme. Suas características são bem peculiares, sendo a maior delas sua incapacidade de sentir emoções. Assim, temos um psicopata violento e mortal, similar ao Anton Chigurh de Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men, 2007), dos irmãos Coen, filme que também conta com Tommy Lee Jones no elenco, e que aqui faz o papel do cirurgião que inventou um transplante de memórias. Kevin Costner constrói, com voz rouca e visual desgrenhado, um personagem até mais assustador que o que interpretou em Um Mundo Perfeito (A Perfect World, 1993), de Clint Eastwood. E Jerico sustenta a narrativa até o final. Aliás, inclusive com um fechamento de arco surpreendentemente sentimental, resgatando o amor pela esposa (Gal Gadot) e pela filha (Lara Decaro) de Bill Pope.

Contudo, ao trocar as oportunidades de ação pelo conflito interno do protagonista Jerico, Mente Criminosa se torna um pouco arrastado. A ameaça que move a narrativa soa grandiosa demais, e se aproxima das aventuras mais fantasiosas do James Bond pré-Daniel Craig. Na trama, a CIA precisa das memórias de Bill Pope para localizar um hacker que consegue acessar o sistema de mísseis de uma nação poderosa.

No final das contas, o resultado é favorável. Vale pelo personagem e pela atuação de Kevin Costner. E também pela ideia de transplante de memória, que gera um consistente conflito interno que leva a temas mais profundos. Entre eles, o que determina a individualidade de cada um?

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Ficha técnica

Mente Criminosa | Criminal | 2016 | 113 min | EUA, Reino Unido, Bulgária | Direção: Ariel Vromen | Roteiro: Douglas Cook, David Weisberg | Elenco: Kevin Costner, Ryan Reynolds, Gal Gadot, Gary Oldman, Tommy Lee Jones, Jordi Mollà, Michael Pitt, Amaury Nolasco, Alice Eve, Antje Traue.

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