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Meus Sogros Tão Pro Crime (filme)
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Meus Sogros Tão Pro Crime

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

Com Meus Sogros Tão Pro Crime (The Out-Laws*), o ator Adam Devine define o tipo de humor que mais se adequa a ele. Devine despontou em A Escolha Perfeita (Pitch Perfect, 2012) por sua versatilidade, provando até que se sabe cantar. Mas ao carregar nas costas as piadas sujas de Jexi (2019), encontrou o seu nicho. Por isso, investe novamente na baixaria neste seu novo filme, produzido pela Netflix.

Gente esquisita

O longa agrada quem gosta do humor besteirol e boca-suja típico do comediante Will Ferrell, que parece encarnar em todos os personagens de Meus Sogros Tão Pro Crime. Não só os protagonistas, mas até os coadjuvantes abraçam a esquisitice, sem receio de parecerem ridículos. Por isso, descarte qualquer possibilidade de verossimilhança.

Adam Devine, por exemplo, vive Owen que, apesar de abestalhado, é um gerente de banco responsável pela segurança do cofre. Ele está prestes a se casar com Parker (Nina Dobrev), a personagem mais sensata do filme (mas que também tem suas recaídas de bizarrice). De repente, eles descobrem que, ao contrário do que esperavam, os pais de Parker virão para o casamento. Mas, eles – Billy (Pierce Brosnan) e Lilly (Ellen Barkin) – chegam alguns dias antes. Quando acontece um assalto a mão armada no seu banco, Owen desconfia de seus futuros sogros, que exalam perigo por todos os poros.

Construir personagens caricatos, que beiram o absurdo, faz parte desse tipo de comédia. Tal recurso, aliás, é muito usado em programas humorísticos, inclusive no Brasil. Mas funciona melhor em esquetes que não seguem uma narrativa. Afinal, justamente por privilegiar as piadas e não o enredo, esses personagens acabam se tornando inconsistentes, não só com a narrativa mas também consigo mesmos.

Por exemplo, os pais de Owen, vividos por Richard Kind e Julie Hagerty, ora parecem extremamente conservadores, ora contam que participavam de orgias no passado. Já Billy e Lilly se mantém como bandidos letais, quase invencíveis, mas que, para não fugir da fórmula, acabam fazendo um ato do bem na conclusão. Essa concessão também atinge Owen. Embora tenha se mostrado totalmente incapaz, ele executa à perfeição o plano final – tudo em nome do amor, como ele mesmo diz.

De Allen a Devine

Voltando a Adam Devine, ele tem alguns bons momentos cômicos. Acerta quando parece imitar o Woody Allen em início de carreira – especialmente aquele do filme Um Assaltante Bem Trapalhão (Take the Money and Run, 1969), que tinha tema semelhante. Mas Devine cai para um nível mais baixo, chegando até a rebolar e ficar de quatro empinando seu traseiro para a câmera, além de outras piadas também com conotação sexual. Seguindo a tradição do cinema atual, chega até a vomitar, desta vez como um recurso cômico (que não tem graça).

Enfim, é esse humor grosseiro que o diretor Tyler Spindel tem para oferecer em seu quarto filme. Embora não seja tão engraçado (até mesmo para quem gosta desse tipo de comédia), este ainda representa o melhor filme desse jovem cineasta.

*O título original “The Out-Laws” brinca com o termo em inglês “the in-laws”, que significa “sogros”, aproximando-o de “outlaws” (foras-da-lei).

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Ficha técnica:

Meus Sogros Tão Pro Crime | The Out-Laws | 2023 | 95 min | EUA | Direção: Tyler Spindel | Roteiro: Ben Zazove, Evan Turner | Elenco: Adam Devine, Pierce Brosnan, Ellen Barkin, Nina Dobrev, Michael Rooker, Poorna Jagannathan, Richard Kind, Julie Hagerty, Blake Anderson, Lauren Lapkus, Lil Rel Howery.

Onde assistir:
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