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Poster do filme "Minhas Férias com Patrick"
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Minhas Férias com Patrick

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

O filme Minhas Férias com Patrick seria mais engraçado com uma melhor definição de sua protagonista. Por outro lado, apresenta sua transformação com consistência.

A trama

A personagem principal se chama Antoinette Lapouge, interpretada por Laure Calamy, conhecida por aqui como a Noémie Leclerc da série Dix pour cent da Netflix. Antoinette é uma professora de educação infantil que tem um caso com o pai de uma de suas alunas. Porém ela logo fica frustrada quando o amante lhe conta que as férias a dois que ela ansiosamente aguardava estão canceladas porque ele vai viajar com a família. Então, num ato de desespero, ela decide ir sozinha para o mesmo destino dele, as montanhas de Cevenas.

No entando, ela desconhece como funciona o famoso passeio de Robert Louis Stevenson, que o escritor conta em seu livro “Viagem com um Burro pelas Cevenas”. Então, ela aluga um jumento, de nome Patrick, para seu trajeto. Porém, descobre que as pessoas percorrem esse roteiro como uma caminhada, sem o auxílio de um animal. Além disso, ela chega ao local de partida antes que o amante. Por isso, inicia o passeio sozinha, sofrendo para fazer o jumento obedecer a seus comandos. Para piorar, descobre que o seu amado não está apaixonado por ela.

Com essa trama, Minhas Férias com Patrick pede uma protagonista com as características de um Jerry Lewis. Ou seja, uma pessoa ingênua e atrapalhada. E, de fato, as suas piadas trabalham nessa chave.

De adolescente a mulher

Por isso, Antoinette está loucamente apaixonada, e se comporta irracionalmente, como uma adolescente, ao viajar atrás dele sem nenhuma preparação prévia. E, fala abertamente ao grupo de caminhantes desconhecidos que ela tem um caso com um homem casado. Dessa forma, desperta a antipatia da maioria da turma. Além disso, quando confrontada pela esposa do seu amante, Antoinette não consegue argumentar, somente sorri tolamente. Aliás, numa cena emblemática, ela dorme na montanha e acorda rodeada de bichos fofos da floresta. Ou seja, como no conto de fadas da Branca de Neve.

Já as trapalhadas da protagonista surgem em piadas físicas. Nesse quesito, a maioria explora sua relação com o jumento. Antoinette tenta a todo custo que ele a obedeça, e a graça está em vê-la empurrando, puxando e até caindo e sendo arrastada pelo animal.

Um pouco de drama

Porém, o filme mina essa graça quando apresenta alguns momentos dramáticos. Neles, vemos a personagem chorando copiosamente. Em parte, porque sente que está sendo julgada pela turma de turistas, ao mesmo tempo que se sente ridícula falhando em comandar o jumento. Mas, principalmente, porque ela descobre que o amante não fica feliz ao vê-la nas montanhas. Dessa forma, a empatia com ela nos leva a sentir pena dela. Com isso, não conseguimos mais rir dos seus infortúnios, apesar de esse ser o objetivo do filme.

Por outro lado, a trama de Minhas Férias com Patrick constrói um consistente arco de desenvolvimento para a sua protagonista. No início, Antoinette se comporta como uma adolescente apaixonada, e, em Cevenas, não consegue comandar seu jumento. Durante a estória, ela amadurece. Além de aprender a lidar com o animal, descobre que está desperdiçando seus sentimentos com um homem que não a merece. Enfim, age como uma mulher adulta. Por isso, se esquece do amante, faz sexo casual com um desconhecido e, na conclusão, ensina a um turista como comandar o jumento.

A consciência

Nesse processo, o jumento Patrick age como se fosse a consciência de Antoinette. Primeiro, ele se recusa a andar porque quer evitar que ela inicie essa jornada irracional. Em seguida, caminha sempre que a moça conversa com ele, como se fosse uma terapia. A partir do momento que Antoinette encontra seu amante, Patrick sempre tenta afastá-los, chegando até a arrastá-la. Por fim, o jumento facilita a possibilidade de um novo relacionamento para Antoinette.

Enfim, Minhas Férias com Patrick não consegue levar o espectador às gargalhadas, como supostamente pretendia. Afinal, algumas cenas dramáticas fazem todos sentirem pena da protagonista, e, consequentemente, ninguém ri das suas trapalhadas. Por outro lado, essa empatia é recompensada pelo amadurecimento da personagem, que termina sua jornada como uma pessoa melhor.


Onde assistir:
Cena do filme "Minhas Férias com Patrick"
Cena do filme "Minhas Férias com Patrick"
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