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Cemitério Maldito (filme de 2019)
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Cemitério Maldito

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Novamente, Cemitério Maldito, o ótimo livro de Stephen King, ganha uma adaptação para os cinemas apenas mediana.

A primeira vez que “Cemitério Maldito” chegou às telas foi em 1989, seguido de uma sequência em 1992. Mas, ambos com resultados no máximo medianos, apesar de contarem uma estória com muito potencial cinematográfico. Afinal, tornar uma criança uma ameaça já rendeu clássicos como O Exorcista (1973) e A Profecia (1976). E continua a inspirar filmes como o recente Maligno (2019).

Em Cemitério Maldito, uma família se muda de Boston para uma pequena cidade no Maine em busca de uma vida mais tranquila. Aliás, Maine é estado norte-americano onde o escritor Stephen King nasceu. A nova casa se situa na floresta, onde existe um cemitério de animais com o poder sobrenatural de trazer à vida os mortos ali enterrados.

Então, quando Church, o gato da família, morre atropelado, o vizinho idoso, resolve levar o pai para enterrá-lo nesse cemitério, a fim de ressuscitar o bichano. O gato retorna, mas diferente do que era. Alguns dias depois, uma tragédia maior acontece, e a menina de dez anos da família morre também atropelada. Logo, seu pai resolve enterrá-la no cemitério e as consequências são terríveis.

Volta dos mortos

Nessa nova versão, quem volta dos mortos é Ellie, a menina mais velha. Porém, no livro e no filme de 1989, a vítima era Gage, o menino de três anos. Segundo os realizadores, essa mudança permite trabalhar mais esse personagem, pois a menina já tem idade para poder falar e interagir mais com os adultos. Gage, inclusive, está até mais novo, com uns dois anos, ainda dormindo em um berço. O roteiro até o deixa de lado, causando estranheza que ele fique largado sozinho dentro de casa em vários momentos. Por exemplo, quando Ellie e sua mãe estão na floresta, onde encontram o cemitério maldito.

O filme começa com uma vista aérea do local onde está a cada da família Creed. Assim, podemos ver uma casa em chamas e outra com um carro parado, com uma porta aberta, e uma mancha de sangue no vidro. Não sabemos se é uma antecipação do que acontecerá ou um registro do que se passou. Esse mistério só será revelado no final.

Antes de dez minutos de filme, Cemitério Maldito evidencia o aspecto de terror que seus diretores Kevin Kölsch e Dennis Widmeyer mais apostarão para aterrorizar o público, que é a exploração do gore. Os primeiros ferimentos à mostra estão no estudante atropelado, que morrerá e voltará a aparecer várias vezes para alertar Louis Creed sobre os perigos do cemitério. Depois, quando a menina ressuscitada começar a atacar, mais gore surge nas telas.

Os sustos também estão presentes no filme, mas sem uso excessivo. O suspense está em falta, mas é bem trabalhado na cena do atropelamento, que mostra as crianças na estrada enquanto vemos o caminhão se aproximando em alta velocidade. Essa cena, que conta também com câmera lenta e suspensão do som, é o ponto alto do filme.

Elenco e personagens

Nome mais conhecido do elenco, John Lithgow não consegue transmitir a afeição que seu personagem, o vizinho Jud, sente pela menina Ellie. Por isso, é incompreensível que ele resolva levar o gato morto para enterrar no cemitério maldito. Isso só fica claro mais tarde, em uma fala do personagem. Lithgow, que aparece bastante no filme, poderia ter aproveitado melhor sua capacidade de construir figuras sinistras. Por exemplo, como o diretor Brian De Palma usou tão bem em Síndrome de Caim (1992).

Traumas do passado ajudam a aprofundar personagens. Contudo, no caso de Rachel Creed, há um excesso de flashbacks para mostrar o quanto ela sofre com a sensação de culpa pela morte da irmã deficiente física, que a atormenta desde a infância. Ademais, o filme deixa claro que essas visões são apenas alucinações e não representam perigo real. Ou seja, essas cenas servem apenas para proporcionar oportunidades de sustos.

Transformação

Cemitério Maldito só cresce mesmo a partir do acidente que vitimiza Ellie, justamente porque essa menina, antes meiga, se transforma numa assustadora versão vinda da morte. Ela representa com credibilidade a ameaça de assassinar a todos da família e isso segue até a última cena, cujo desfecho aberto é concluído com a cena de abertura, que explicita o que aconteceu com o menininho Gage. Por fim, a cena derradeira permite uma sequência – resta saber se valerá a pena.

Aliás, não foi só o filme que ganhou uma nova versão. A famosa canção dos Ramones com esse nome também foi regravada, mas sem a mesma energia, pela banda Starcrawler.

 

Cemitério Maldito (2019)
Cemitério Maldito (filme de 2019)
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