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Nas Trilhas da Aventura (filme)
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Nas Trilhas da Aventura

Avaliação:
5/10

5/10

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Crítica | Ficha técnica

“Nas Trilhas da Aventura” é um faroeste, mas um faroeste cômico. Começa como se fosse um western tradicional, com narrador explicando a história da conquista do oeste americano enquanto na tela assistimos as conhecidas imagens do deserto montanhoso, em formato scope, padrão no gênero. Então, surgem algumas pistas do tom humorístico. Por exemplo, os índios recebendo presentes em troca da cessão do seu território ou o oráculo beberrão manipulando as ações dos mineiros incultos da cidade de Denver, em 1867.

Porém, a comédia fica mesmo evidente quando entra em cena Lee Remick como Cora Massingale, uma mulher revolucionária liderando um movimento libertário feminista e contra as bebidas. Quando ela e suas seguidoras começam a marchar dentro do forte do Cel. Thaddeus Gearhart (Burt Lancaster) cantando em protesto, a situação absurda instiga o humor. Em sequência, o conservador coronel precisa enfrentar a filha Louise (Pamela Tiffin), que apoia Cora, e, para piorar, namora o Capitão Paul Slater, braço direito dele.

Enfim, a trama

A trama, então, se apresenta. Enquanto uma parte dos soldados do forte deve escoltar um carregamento de whisky a caminho de Denver, a outra acompanhará a turma de Cora que parte para a mesma cidade para protestar contra a bebida. A proteção é necessária porque os índios tentarão roubar a preciosa carga e podem atacar as mulheres. A fim de reforçar a proteção ao whisky, os mineiros resolvem criar uma milícia e partem em direção ao comboio que o transporta. Quando essas turmas se encontram, o imbróglio estará formado.

O exagero de grupos se locomovendo para o mesmo local faz parte do ingrediente humorístico, mas torna a narrativa confusa. Tanto que o diretor John Sturges insere um mapa, algumas vezes, para esclarecer a localização de cada turma. Quando o encontro acontece, cai uma tempestade de areia e ninguém sabe contra quem está lutando. Nem mesmo os espectadores do filme, que ficam desorientados. Justamente no momento em que se espera o clímax da estória, a ação se arrasta e parece interminável. As reviravoltas parecem se sobrepor e as situações não se resolvem. Há muito falatório e isso acaba minando a comédia. Como resultado, falta ritmo para o filme.

Na era da renovação

Realizado em 1965, em uma época de renovação cultural e política, “Nas Trilhas da Aventura” acerta em inserir o movimento feminista na estória, mas peca por não ousar mais. A personagem de Lee Remick poderia ser mais atrevida. Por exemplo, ela faz uso da sedução em uma cena em que massageia Burt Lancaster para conseguir convencê-lo a fornecer uma escolta para sua viagem a Denver. Com isso, invade o banho dele, e este também invade a dela. Porém, tudo fica muito discreto.

Da mesma forma, também na linguagem cinematográfica o filme parece com medo de se arriscar além do uso do cinismo na narração e no emprego dos mapas para auxiliar o espectador. Posteriormente, quem definiria a fusão perfeita dos gêneros faroeste e comédia seria Mel Brooks, em “Banzé no Oeste” (Blazing Saddles, 1974).


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