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Muitos Homens Num Só
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Muitos Homens Num Só

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

Muitos Homens Num Só resgata a história de um famoso ladrão do final do século 19 que praticava furtos em hotéis no Rio de Janeiro. O filme é baseado nas reportagens publicadas pelo jornalista João do Rio.

O próprio ladrão Arthur (Vladimir Brichta), que encarna diferentes identidades para praticar seus golpes sem ser descoberto pela polícia, assume a narração em primeira pessoa, enquanto o vemos invadindo um quarto de hotel para surrupiar as joias da hóspede ausente. Quando ele é flagrado dentro de um dos quartos, descobrimos que ele não é um criminoso típico. Afinal, Arthur age desarmado, e usa seu charme e inteligência como meios para sempre sair ileso.

Apesar de ele mesmo admitir que um ladrão deve sempre ser um solitário, ele não consegue evitar de se apaixonar por Eva (Alice Braga), uma mulher rica insatisfeita no casamento. E isso acontece logo que ele resolve aplicar seu último golpe, que ele aceita apenas para ajudar seu mentor que precisa liquidar uma dívida de jogo.

Produção e direção

Muitos Homens Num Só possui uma bela reconstituição de época, que envolve a construção de vários cenários luxuosos de endereços famosos da então capital do Brasil. A fotografia com tons marrons colabora nessa viagem nostálgica. Há preocupação, também, de moldar os diálogos com termos mais sofisticados, próprios do linguajar das pessoas mais cultas daquele ambiente.

Porém, mesmo com esse apuro na produção e a direção competente da experiente Mini Kerti, que possui extenso trabalho na televisão, Muitos Homens Num Só não consegue empolgar. A trama é previsível demais e entregue pelo próprio roteiro na fala do protagonista na primeira parte do filme. O ladrão fino e sedutor – ecos de Cary Grant em Ladrão de Casaca – interrompe sua carreira desonesta até então impecável quando se apaixona. E, como manda o cânone do gênero, justamente quando ele decide que este será o seu último golpe.

Destaques

Uma das poucas sequências que fogem do óbvio acontece num salão de ópio para onde Arthur leva Eva para que ela conheça um pouco mais da vida. Esse trecho soa tão fora do padrão certinho que vimos até o momento que parece uma forçada homenagem à abertura e conclusão do filme Era Uma Vez na América, de Sergio Leone.

Outro momento de destaque é aquele em que Arthur e Eva estão na luxuosa Confeitaria Colombo. E brincam de deduzir quem são e o que fazem alguns de seus clientes. Com isso, a sequência aproveita para apimentar o filme com algumas cenas de nudez desses personagens transitórios.

Além disso, Alice Braga injeta um pouco de interesse ao filme, com uma altiva interpretação de sua personagem esperta e vivaz. Aliás, a sua Eva pelo menos possui suas motivações para se sentir infeliz e desejar trair seu marido. Ao contrário de Arthur, que carece de profundidade.

Mas, Alice Braga e a produção correta não são suficientes para salvar Muitos Homens Num Só. Em suma, um relato superficial, sem surpresas, que não consegue emocionar.


Onde assistir:
Muitos Homens Num Só
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