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Na Rota do Tráfico (filme)
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Na Rota do Tráfico

Avaliação:
4/10

4/10

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Crítica | Ficha técnica

Na Rota do Tráfico (Running with the Devil) é um dos seis filmes com Nicolas Cage lançados em 2019. Desta vez, ao lado de outro veterano, Laurence Fishburne. Já para Jason Cabell, trata-se do primeiro longa que ele dirige sozinho, inclusive escrevendo o roteiro.

À primeira vista, temos a impressão de que Na Rota do Tráfico será um filme extremo, com muita violência, drogas e sexo. O prólogo, que na verdade é um flash forward (recurso abusivamente usado no cinema atual), indica essa violência. Afinal, traz um homem nu com um saco plástico na cabeça caído ao lado de uma privada prestes a ser executado.

As drogas representam o âmago da história. O maior intento é revelar o caminho da cocaína desde a plantação de coca na Colômbia até passar por todos os intermediários. O roteiro aposta suas fichas na revelação de quanto o preço do quilo dessa droga aumenta a cada etapa desse fluxo. Por fim, o sexo entra apenas como consequência do consumo da droga. Isso acontece na cena que imita a velocidade acelerada usada por Stanley Kubrick em Laranja Mecânica (A Clockwork Orange, 1971). Aqui, para mostrar a alucinação do traficante vivido por Laurence Fishburne, numa orgia com coca e duas prostitutas.

Nada extremo

Mas, essa impressão de extremismo logo se esvai. O filme cai na armadilha de acreditar que mostrar a evolução do preço da cocaína cada vez que passa pelas mãos de um novo atravessador é suficiente para manter a atenção do público. Ao redor disso, acompanhamos o personagem de Nicolas Cage, que é o responsável pelas operações do sul do cartel das drogas. Sua missão é garantir que a polícia não intercepte as cargas como acaba de acontecer no México. Para isso, ele viaja até a Colômbia para acompanha todo o trajeto da droga, começando pelo plantador. Ele precisa descobrir em qual etapa alguém está diluindo a mistura.

Além dessa trama pouco convincente, a narrativa ainda inclui uma agente policial (Leslie Bibb) sedenta de vingança porque sua irmã e seu cunhado morreram de overdose. A cena em que ela pendura um traficante é ridícula, com o homem de cueca chorando mas sem vermos nenhuma tortura acontecendo.

Conforme o filme avança, essa história vai perdendo o interesse, junto com a ousadia que fica só na promessa. Os fade-outs marcam as transições entre as cenas, o que traz um efeito anticlimático – sem dúvida, o corte seco seria mais apropriado para o tom de Na Rota do Tráfico. Em certo trecho, a elipse substitui as mortes, o que definitivamente comprova que o diretor Jason Cabell desistiu da violência extrema que o prólogo indicara. No final, o enredo ainda testa a tolerância do espectador ao inserir uma solução totalmente improvável. É a gota d’água para definir uma cotação abaixo da média para esse ganha-pão de Nicolas Cage.

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Ficha técnica:

Na Rota do Tráfico | Running with the Devil | 2019 | 100 min | Colômbia, EUA | Direção e roteiro: Jason Cabell | Elenco: Nicolas Cage, Laurence Fishburne, Leslie Bibb, Cole Hauser, Adam Goldberg, Peter Facinelli, Barry Pepper, Sarah Minnich, Natalia Reyes, Ellen Humphreys.

Onde assistir:
Na Rota do Tráfico (filme)
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