O Atirador Fantasma (Sniper: Ghost Shooter) faz parte de uma série de filmes que deram sequência a Sniper, o Atirador (Sniper, 1993), que teve roteiro de Michael Frost Beckener e Crash Leyland. Por isso, essa dupla sempre recebe os créditos como criadores dos personagens. Em quase todos os filmes, Tom Berenger interpreta o protagonista Thomas Beckett. Mas não é o caso deste de 2016, que conta apenas com o personagem que é seu filho, Brandon (Chad Michael Collins), que já estava presente na franquia. Retorna, também Richard Miller, interpretado por Billy Zane.
A lista de filmes “Sniper” é longa. Além dos citados acima, existem: O Atirador 2 (Sniper 2, 2002), O Atirador 3 (Sniper 3, 2004), O Atirador 4 (Sniper 4, 2011), O Atirador: Legado (Sniper: Legacy, 2014), O Atirador: o Extermínio Final (Sniper: Ultimate Kill, 2017), O Atirador: O Fim de um Assassino (Sniper: Assassin’s End, 2020) e O Atirador: Missão Secreta (Sniper: Rogue Mission, 2022).
Os diretores variam. Don Michael Paul, que dirige este O Atirador Fantasma, é um daqueles profissionais de plantão. Embarcam em qualquer projeto apenas como mais um trabalho. Ele realizou, por exemplo, filmes de outras franquias, entre eles: O Ataque dos Vermes Malditos, Soldado Anônimo, O Escorpião Rei. E esse é o espírito desta e todas as outras séries de filmes econômicos desse tipo: fazer o serviço e garantir o ganha-pão.
Feito em série
Ou seja, espere de O Atirador Fantasma um produto industrializado. Não há nada de original, de criativo, nem mesmo de pesquisa profunda para escrever o roteiro. Funciona para quem assistir como se fosse mesmo uma série, como se fosse mais um capítulo dessa temporada longeva.
Mas, para quem acompanha a franquia, a ausência de Tom Berenger faz muita falta. Nem Chad Michael Collins nem Billy Zane conseguem se equiparar ao ator que sempre teve presença carismática na tela. O personagem de Berenger em Platoon (1986) até hoje ecoa na mente de quem assistiu ao filme, mesmo que em seu lançamento há mais de trinta anos. E o fato de ser uma série prejudica quem vê O Atirador Fantasma como um filme isolado, pois a trama não perde tempo apresentando os personagens principais.
Aqui, o que vale mesmo é a ação. A falação sobre os planos militares, a infiltração do inimigo nas transmissões via internet etc., enfim, tudo isso soa superficial (e com certeza não passariam pelo crivo de especialistas). Em suma, a missão principal do grupo de snipers americanos é proteger um gasoduto na Europa Oriental. E, para isso, uma nova personagem, Slater (Stephanie Vogt), entra em cena para ajudá-los. Mas o fato de ter vários protagonistas contribui para deixar a história ainda menos empolgante, pois não há tempo para criar uma afeição especial por eles, salvo para quem já acompanha a série de filmes.
Já as cenas de ação são básicas. Muitas explosões, efeitos especiais e visuais, mas nada espetacular. O uso do zoom em pequenos solavancos tampouco ajuda a tornar essas cenas mais impactantes. Nesse quesito, o orçamento reduzido pesa.
O Atirador Fantasma só funciona para quem acompanha a franquia e não quer perder nenhum capítulo dessas aventuras. Para o público em geral, parece uma perda de tempo.
___________________________________________
Ficha técnica:
O Atirador Fantasma | Sniper: Ghost Shooter | 2016 | 99 min | EUA | Direção: Don Michael Paul | Roteiro: Chris Hauty | Elenco: Chad Michael Collins, Billy Zane, Dennis Haysbert, Nick Gomez, Ravil Isyanov, Stephanie Vogt, Enoch Frost, Presciliana Esparolini.
