Poster de "O Clube das Mulheres de Negócios"
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O Clube das Mulheres de Negócios

Avaliação:
5,5/10

5,5/10

Crítica | Ficha técnica

Filme de uma piada só, O Clube das Mulheres de Negócios martela as situações oriundas da inversão de papeis entre homens e mulheres. Dessa forma, a roteirista e diretora Anna Muylaert força os homens a sentirem como as mulheres se sentem vivendo numa sociedade machista. A fim de deixar essa proposta mais evidente, alguns homens vestem saia. Mas, nem precisavam, porque fica tudo bem claro após os primeiros dez minutos.

Mulheres ricas se reúnem no tal clube das mulheres de negócios, que é como um resort de luxo. O pretexto para o encontro não conta muito para a trama. Logo surgem as situações de exploração machista agora em papeis trocados. Assim, os garçons vestem shorts curtíssimos (e Muylaert filma como um homem, evidenciando as pernas dos rapazes). E algumas das empresárias estão acompanhadas de parceiros novinhos – e uma delas ainda se delicia com orgias. Evidentemente, não poderia faltar um episódio de abuso sexual sofrido por um dos protagonistas, um jovem jornalista.

No filme, ainda cabem críticas que independem do gênero. Por exemplo, entre as mulheres de negócio, estão também uma política corrupta, uma bispa envolvida em escândalos com menores, uma celebridade fútil. Além disso, um trio de conservadoras extremistas dispostas a caçar animais selvagens e que usam o nome da genitália feminina no lugar do habitual órgão masculino como grito de guerra.

Na verdade, ninguém presta nesse enredo. O único que se salva é o jovem repórter, mas só depois que ele passa por uma transformação, pois entra na história todo afetado e vai melhorando diante das adversidades. O fotógrafo experiente, ao contrário, começa correto, mas se curva ao poder do dinheiro (bela cena com o charuto como símbolo do preço de sua honra) – no final, volta ao caminho da integridade.

A natureza

O que prevalece, nesse ambiente tóxico, é a força da natureza. Nem homens, nem mulheres, se mostram realmente dignos. Então, entram as onças (a trilha musical, até então irritante, soa enaltecedora quando elas invadem a casa), os sapos, a cobra e o urubu, para aniquilar as mulheres e afugentar os homens – em papéis inversos, importante lembrar.

O Clube das Mulheres de Negócios, assim, possui boas ideias, e vem munido de um sentimento de vingança, sem preocupação de esconder a bandeira feminista. Mas, martela as mesmas piadas, que vão perdendo a graça ao longo do filme.

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Ficha técnica:

O Clube das Mulheres de Negócios | 2024 | 95 min. | Brasil | Direção: Anna Muylaert | Roteiro: Anna Muylaert | Elenco: Rafael Vitti, Luis Miranda, Cristina Pereira, Irene Ravache, Louise Cardoso, Katiuscia Canoro,  Grace Gianoukas, Polly Marinho, Helena Albergaria, Shirley Cruz, Ítala Nandi, Maria Bopp, Verônica Debom, André Abujamra, Fernando Billi, Tales Ordakji, Nani de Oliveira, Clodd Dias.

Distribuição: Vitrine Filmes.

Trailer:

Cena de "O Clube das Mulheres de Negócios"
Cena de "O Clube das Mulheres de Negócios"
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