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O Fantasma do Paraíso (filme)
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O Fantasma do Paraíso

Avaliação:
9/10

9/10

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Crítica | Ficha técnica

“O Fantasma do Paraíso”: O musical de De Palma para se assistir e nunca mais esquecer

“O Fantasma do Paraíso” guarda uma iconografia tão original que suas imagens se fixam na mente do espectador para a eternidade. Mesmo aqueles que foram introduzidos a esse filme de Brian De Palma em uma daquelas sessões da madrugada na televisão mantêm algum momento dele em sua memória. Reflexo dos malucos anos 70, o único musical do diretor toma um pouco das alucinógenas fantasias regadas a rock dos Beatles ou dos Monkees. Principalmente quando conta a desafortunada trajetória do músico Winslow, interpretado por William Finley, amigo de De Palma constantemente escalado no elenco de seus filmes.

Winslow possui talento, mas sua obra é roubada pelo poderoso produtor Swan (Paul Williams). Episódico e regado a música, acompanhamos rapidamente o ingênuo Winslow sendo enganado e injustamente preso. Depois, em ritmo e trilha sonora de pastelão, sua tentativa de fuga vira uma grande gag. E acaba em um terrível acidente em uma prensa de discos de vinil que lhe deforma a face. Ele, então, se transforma no fantasma que atormenta o Paraíso, a casa noturna de Swan.

Face distorcida

Então, fantasiado e com uma máscara para esconder sua face distorcida, Winslow tenta destruir Swan, Ao mesmo tempo, procura reconquistar Phoenix (Jessica Harper), a jovem cantora por quem se apaixona, e que o produtor seduziu. Assim, uma das tentativas surge na tela em formato de split screen, marca registrada de De Palma, tendo à esquerda uma bomba escondida em um carro alegórico e à direita o palco para onde ele será levado.

É interessante como De Palma mostra como a composição de Winslow vai se transformando. Ele se distancia cada vez mais do original, principalmente na cena em que diferentes grupos musicais se apresentam a Swan, para este escolher qual estilo deseja produzir. Há um paralelo dessa situação com a metamorfose pela qual passam os personagens Winslow e Phoenix, no início tão ingênuos. Cabe também uma alusão ao fim dos anos de idealismo hippieI. Ou seja, o mergulho na violência que atropelou o mundo, com as guerras da Coreia e do Vietnã, o atentado a John Kennedy e o assassinato no show dos Rolling Stones em Altamont.

Ao final, Winslow descobre que o poder de Swan tem origem no pacto dele com o diabo, como “Fausto”, a obra que inspira a composição do músico. Assim, para acabar com a maldição, ele precisa assassinar o produtor.

Antenado

O filme estava perfeitamente antenado com a cena musical da época, e recria um show similar às apresentações de Alice Cooper, misturando terror com rock. Além disso, influenciou filmes posteriores, como “Tommy” (Tommy, 1975), dirigido por Bob Rafelson e baseado no LP do The Who, igualmente com um pé no psicodélico.

Entre outras coisas, “O Fantasma do Paraíso” mostrou que Brian De Palma era muito versátil, e não merecia se limitar somente ao suspense e terror. Era capaz, inclusive, de criar uma mistura inusitada desses gêneros com o musical, de forma brilhante. Aliás, note como ele utiliza cortes curtos para retratar a loucura do último número musical. Dessa forma, ele coloca a montagem paralela do franco atirador prestes a assassinar Phoenix a mando de Swan, em uma longa sequência sem diálogos. Por fim, encerra com a câmera do alto, um recurso que De Palma utiliza bastante e com muita propriedade.


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