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O Homem Sem Sombra (filme)
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O Homem Sem Sombra

Avaliação:
7/10

7/10

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Crítica | Ficha técnica

O Homem Sem Sombra conta uma história similar à de “O Homem Invisível”, de H.G. Wells, apesar de não ser uma adaptação oficial.

Na trama, Sebastian Caine é o líder de uma equipe de cientistas que pesquisa a invisibilidade. Eles já descobriram como tornar invisível um ser vivo, mas ainda não solucionaram sua reversão. Até o momento, os testes foram feitos apenas em animais. Porém, Sebastian decide se voluntariar como cobaia.

Logo, ele se torna invisível, mas a reversão não está funcionando. Então, aos poucos, Sebastian começa a assumir um comportamento cada vez mais sinistro.

O filme mescla ficção científica e terror. Assim, trabalha com a ideia da descoberta da invisibilidade inserindo supostos aspectos técnicos que buscam revestir de seriedade essa possibilidade. Ou seja, temos aí uma característica típica da sci-fi. Porém, as transformações das cobaias são tão meticulosamente realistas que até assustam. Por fim, o epílogo descamba para o terror slasher.

Paul Verhoeven

Em 2016, numa entrevista para a The Hollywood Reporter, o diretor Paul Verhoeven declara que esse era seu filme menos pessoal:

“Esse é o primeiro filme que eu fiz que eu acho que não deveria ter feito. Não penso que muitas pessoas podiam fazer Robocop, ou Tropas Estelares, do jeito que foram feitos. Mas acho que tem uns vinte diretores em Hollywood que podiam ter filmado O Homem Sem Sombra.” (Paul Verhoeven)

Apesar dessa declaração, encontramos em O Homem Sem Sombra características de outros filmes de Paul Verhoeven. Para começar, esse título é imediatamente posterior a outra ficção científica, Tropas Estelares (1997), que obteve ótima bilheteria. Analisando a sua obra dentro desse gênero, incluindo aí RoboCop: O Policial do Futuro (1987), detectamos a violência gráfica como um de seus principais ingredientes.

Paul Verhoeven

Além disso, há o esmero na produção dos efeitos especiais e visuais. Paul Verhoeven se preocupa em caprichar nesse quesito. Tanto que Tropas Estelares e O Homem Sem Sombra foram indicados ao Oscar nessa categoria.

Aqui, os efeitos são impressionantes. Principalmente, quando vemos pela primeira vez o experimento com a gorila invisível a quem a equipe tentar restabelecer a visibilidade. Nessa cena, vemos a substância injetada entrar pelas veias e atingir o coração e demais órgãos, até, gradativamente o animal se tornar visível. Depois, o filme traz outros momentos similares tendo Sebastian como cobaia.

O filme também faz bom uso da técnica de metal líquido similar aos utilizados em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991). Afinal, esse recurso se encaixa nas cenas em que o homem invisível pode ser parcialmente visto quando cai na água ou jogam algum líquido nele.

O elenco

O elenco foi muito bem selecionado. Para começar, Kevin Bacon consegue assumir com perfeição o egocêntrico Sebastian que se deixa seduzir pelo poder e se torna diabólico. Da mesma forma, Elizabeth Shue cai como uma luva no papel da astuta e atraente Linda McKay, ex-namorada de Sebastian. Adicionalmente, Josh Brolin como o atual namorado de Linda e o restante dos atores completam o carismático grupo de cientistas.

O ritmo frenético e a gradual transformação para o mal do personagem Sebastian garantem a tensão do filme nos seus dois primeiros terços. Porém, na sua parte final, o longa se torna um terror slasher, em que o vilão vai eliminando cada membro do time de pesquisadores presos no laboratório.

Por fim, Sebastian se torna um assassino sanguinário e as mortes não poupam sangue nem detalhes gráficos. Até certo ponto, é uma inesperada transição de gênero, de sci-fi para slasher, que funciona e se justifica pelo estado de insanidade de Sebastian. No entanto, o filme perde o rumo quando o vilão se torna indestrutível, tal qual o Jason e o Freddy Krueger. Definitivamente, é uma solução que não se encaixa com a pegada científica do restante da história.

Em suma, O Homem Sem Sombra trabalha com consistência o tema do ser humano que se corrompe com o poder. Nesse sentido, é emblemática a cena em que o invisível Sebastian estupra a vizinha porque ele tem certeza de que ninguém descobrirá quem foi. Como cinema, seria um bom filme com um desfecho mais coerente.


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