O Ídolo Caído (filme)
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O Ídolo Caído

Avaliação:
7/10

7/10

Crítica | Ficha técnica

O Ídolo Caído e O Terceiro Homem (1949) são grandes filmes que o diretor Carol Reed realizou em parceria com o escritor e roteirista Graham Greene, a partir de obras publicadas por este último.

Em O Ídolo Caído, o drama policial envolvendo a morte de uma governanta de um embaixador em Londres compõe o pano de fundo para uma observação autêntica do mundo infantil. Quem personifica este é o menino Phillipe (Bobby Henrey), filho do diplomata, que passa a maior parte do seu tempo na sua grande casa na companhia do mordomo Baines (Ralph Richardson). Baines é o grande ídolo para Phillipe, aquele que ele considera seu amigo e confidente, o oposto da sua esposa, que o menino considera uma pessoa má.

A ingenuidade infantil de Phillipe não o permite desconfiar que ele se torna cúmplice do adultério de Baines com a jovem Julie, que ocasionalmente presta serviços na casa do embaixador. Quando a Sra. Baines finge uma viagem para visitar a irmã, os dois amantes combinam de passar a noite na casa, alegando a Phillipe que Julie era apenas uma prima do mordomo. Porém, a Sra. Baines aparece e discute fortemente com seu marido, aos olhos do menino.

Então, a Sra. Baines se afasta e resolve espionar através de uma janela interna. Porém, esta se movimenta e ela despenca na escada, morrendo. Phillipe vê apenas essa parte final da queda, e assume que Baines a empurrou. Nas investigações, quanto mais ele fala, mais ele incrimina Baines, sem perceber. Porém, os policiais não levam em consideração nada do que ele fala.

Film noir e suspense

Em alguns momentos, O Ídolo Caído assume características de film noir. Por exemplo, no uso das sombras, particularmente quando Phillipe, Baines e Julie brincam de esconde-esconde na casa. Ademais, há um suspense hithcockiano também, na cena em que o falso acusado (Baines) pode ser incriminado com um avião de papel feito com uma carta escrita pela vítima, e o projétil voa até perto dos investigadores. Além disso, um pouco de humor entra no filme, quando a prostituta na delegacia comenta que conhece o pai de Phillipe, sutilmente dando a pista de que ele já a contratou.

A trama do crime em O Ídolo Caído funciona, porém, é o retrato do universo infantil que mais interessa. A inocência do menino é manipulada pelos adultos, que a usam em seu favor. Além disso, nos sensibilizamos pela total desconsideração pelo que o menino tem a dizer, e que poderia causar alteração no fluxo da investigação.

Enfim, o filme nos faz perceber que aquela infância feliz que dizemos sentir saudade quando ficamos adulto, na verdade, pode não ter sido tão feliz. Em outras palavras, ficamos apenas com a impressão que os outros nos fizeram acreditar. Talvez tenhamos sido o Giosué de A Vida é Bela (La Vita è Bella, 1997).


 
Ficha técnica:

O Ídolo Caído (The Fallen Idol, 1948) Reino Unido, 95 min. Dir: Carol Reed. Rot: Graham Greene. Elenco: Ralph Richardson, Michèle Morgan, Sonia Dresdel, Bobby Henrey, Denis O’Dea, Jack Hawkins, Walter Fitzgerald, Dandy Nichols, Joan Young, Karel Stepanek, Gerard Heinz.

Assista: A Sense of Carol Reed

Onde assistir:
O Ídolo Caído (filme)
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