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O Magnífico (filme)
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O Magnífico

Avaliação:
9/10

9/10

Crítica | Ficha técnica

O Magnífico (Le Magnifique, 1973), além de ser divertidíssimo, consegue o raro equilíbrio entre o humor pastelão e o refinado. Tal como fizera em O Homem do Rio (L’Homme de Rio, 1964), o diretor Philippe de Broca coloca o astro Jean-Paul Belmondo em situações que parodiam os gêneros dos filmes de ação e espionagem.

A princípio, pensamos que estamos diante daquelas paródias no estilo Apertem os Cintos, o Piloto Sumiu (Airplane, 1980). Ou seja, quando os clichês de um gênero são exagerados ao máximo, até atingirem proporções cômicas. Aqui, a vítima do deboche é o filme de agentes secretos, como os da franquia James Bond. Acompanhamos os feitos heroicos de Bob Saint-Clar (Belmondo), salvando a mocinha Tatiana (Bisset) e enfrentando o vilão Karpof (Vittorio Caprioli). Se o filme seguisse nessa toada até o final, já valeria o ingresso. As cenas são muito engraçadas e aproveitam a afetação dos personagens desse gênero e ainda o sexo e a violência das produções exploitation dos anos 1970.

Humor inteligente e atemporal

Contudo, O Magnífico logo se revela mais inteligente. E, a solução para expor essa nova camada beira a genialidade. No meio de uma saraivada de tiros disparados por uma dezena de membros da gangue do vilão, sofrendo contra o contra-ataque de Bob Saint-Clar e Tatiana, surge uma moça fazendo a limpeza na praia com um aspirador de pó. Ao se aproximar de um casebre, ela abre a porta e, surpreendentemente, estamos dentro do apartamento de François Merlin. Também interpretado por Belmondo, ele é o escritor por trás das aventuras de Bob Saint-Clar, o protagonista de dezenas de romances baratos que lhe garantem seu sustento.

E, se Bob Saint-Clar é o alter-ego de Merlin, Tatiana é a criação inspirada em sua vizinha Christine (também Bisset), sua paixão platônica. Já o vilão representa o editor de seus livros, um carrasco mulherengo e explorador. A trama ganha profundidade quando Merlin sente ciúmes de sua própria criação, pois Christine se torna uma grande admiradora do herói Saint-Clar.

O Magnífico transborda de boas gags visuais, mas as mais inspiradas são aquelas inseridas nas transições entre as cenas. Criativas, elas surpreendem o espectador e comprovam a inteligência dos seus realizadores. Além disso, o filme ainda apresenta o atrativo dos astros Jean-Paul Belmondo e Jacqueline Bisset, ambos no auge do charme e beleza.

No entanto, por basear seu humor em produções dos anos 1960 e 1970, O Magnífico corria o risco de se tornar datado. Porém, a revisão durante o Festival Varilux de Cinema Francês de 2021, em belíssima cópia restaurada, comprova que se trata de uma obra-prima atemporal.

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Ficha técnica:

O Magnífico | Le Magnifique | 1973 | França, Itália, México | 95 min | Direção: Philippe de Broca | Roteiro: Philippe de Broca, Vittorio Caprioli, Jean-Paul Rappeneau, Francis Veber | Elenco: Jean-Paul Belmondo, Jacqueline Bisset, Vittorio Caprioli, Hans Meyer, Mario David, Bruno Garcin, Raymond Gérôme.

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