O Mestre da Fumaça (filme)
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O Mestre da Fumaça

Avaliação:
6.5/10

6.5/10

Crítica | Ficha técnica

Se filme de gênero, exceto comédia, virou raridade no cinema brasileiro, imagine então um híbrido de kung-fu com comédia stoner. Pois é isso que a dupla de diretores André Sigwalt e Augusto Soares apresentam em O Mestre da Fumaça, uma produção independente que consegue exibição nas salas de cinema.

A trama se inspira num antigo filme de Jackie Chan chamado O Mestre Invencível (The Drunken Master /  Zui quan, 1978), como os diretores admitiram na entrevista coletiva que aconteceu no dia 12 de maio de 2023 (assista aqui). O longa dos anos 70 apresentava um novo estilo de kung-fu influenciado pela bebida alcoólica. Agora, no lugar da bebida, a produção brasileira ousa colocar a maconha.

Muita ação

A primeira parte de O Mestre da Fumaça segue o padrão dos filmes de artes marciais de Hong Kong. Assim, traz um prólogo que se passa em 1947 na China. Acontece uma luta e no seu desfecho uma declaração sobre uma vingança que condena o primogênito das próximas gerações da vítima a morrer aos 27 anos. Então, passamos a acompanhar o que acontece em 2001 no Brasil (apesar de o filme não definir o local), quando Daniel (Thiago Stechinni) chega a essa idade, pronto para lutar pela sua vida. No entanto, um dos membros da gangue inimiga quebra a regra de honra de não usar armas e atira pelas costas em Daniel, ferindo-o gravemente. Dessa forma, cabe ao seu irmão mais novo, Gabriel (Daniel Rocha), se vingar. Mas, para isso, ele precisa se preparar, e por isso procura o recluso Mestre da Fumaça (Tony Lee).

Nesse segmento inicial, acontecem muitos confrontos entre a turma de Daniel e a do americano Caine (Tristan Aronovich), encarregado de cumprir a “Vingança das 3 Gerações”. Em parte, as cenas de luta copiam o cinema de Hong Kong, mas sem lutadores voando para lançar seus golpes. Acima de tudo, o que traz prazer nelas é o resgate das coreografias dos confrontos. Assim, ao contrário das megaproduções com super-heróis, não há exagero na manipulação das câmeras e nos planos tão curtos que prejudicam a compreensão. Aqui, a coisa é mais orgânica e, por isso, mais divertidas.

Comédia

Pena que o segundo terço do filme seja longo demais. Ele se dedica à comédia stoner (aquela típica dos filmes de Cheech e Chong, que ganham um par de personagens construído à sua semelhança). É engraçado o humor sobre o desvirtuamento da sabedoria milenar dos tradicionais mestres de artes marciais pelo consumo cavalar da maconha, mas ele não se sustenta por tanto tempo, o que leva a situações que já antecipamos, e até que parecem se repetir.

Mas a parte final retoma a ação, no aguardado grande confronto entre o brutal Caine e o agora devidamente treinado Gabriel. E, dessa forma, O Mestre da Fumaça termina bem, deixando uma boa impressão dessa promissora empreitada indie.

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Ficha técnica:

O Mestre da Fumaça | 2022 | 104 min | Brasil | Direção e roteiro: André Sigwalt, Augusto Soares | Elenco: Daniel Rocha, Tony Lee, Luana Frez, Thiago Stechinni, Tristan Aronovich, Cleber Colombo, Yasmin Thin Qi, Natallia Rodrigues, Angela Dippe, Rodrigo Arijon, Jimmy Wong, Cléber Colombo, Tamirys O’Hanna, Michelle Rodrigues, Paula Zago, Caroline Hirose.

Distribuição: Lança Filmes.

Trailer:
O Mestre da Fumaça
Tony Lee, Daniel Rocha, André Sigwalt, Augusto Soares e André Abujamra na coletiva de imprensa no Espaço Itaú (12/05/2023)
Onde assistir:
O Mestre da Fumaça (filme)
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