Incluído na Perspectiva Internacional da 48ª Mostra, O Pior Homem de Londres relata as artimanhas de Charles Augustus Howell (1840–1890), um marchand português que circulou entre artistas e aristocratas ingleses. O interesse em levar as suas falcatruas para as telas é compreensível. Até mesmo Arthur Conan Doyle ficou tentado e escreveu um conto sobre a sua história.
Ardiloso enganador, Howell conquistava a confiança das pessoas para depois lucrar em cima delas. Vendia obras de arte falsificadas que ele encomendava e chantageava com cartas comprometedoras que ele obtinha por meios obscuros. No filme, a sua principal vítima é o artista Dante Gabriel Rossetti, a quem ele explora com comissões altas e ainda cria uma dependência induzindo-o ao vício das drogas.
Fiel ao cinema português, O Pior Homem de Londres apresenta uma fotografia impecável. Responsabilidade esta de Jorge Quintela, que prioriza a iluminação natural, principalmente nas cenas internas à luz de velas e lamparinas, muitas vezes acompanhada de uma leve névoa. Os enquadramentos, da mesma forma, são impecáveis. Nesse quesito, ainda capricha no uso de molduras formadas por janelas e afins.
Mas, o roteiro tem falação demais. Um problema que o diretor Rodrigo Areias não conseguiu resolver, e que deixa o filme lento e, o que é pior, confuso. A frieza do protagonista contamina o longa, que nunca empolga. Além disso, a Inglaterra filmada em terras portuguesas soa tão enganadora quanto o próprio Howell.
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Ficha técnica:
O Pior Homem de Londres | 2024 | 130 min. | Portugal | Direção: Rodrigo Areias | Roteiro: Eduardo Brito | Elenco: Albano Jerónimo, Edward Ashley, Victoria Guerra, Scott Coffey, Christian Vadim, Carmen Chaplin, Simon Paisley Day, Jean-François Balmer.
