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O Poderoso Chefão III (filme)
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O Poderoso Chefão III

Avaliação:
8/10

8/10

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Crítica | Ficha técnica

O Poderoso Chefão III encerra a saga de Don Michael Corleone com um arrependimento tardio.

Analogamente, tardia é a produção deste desfecho, lançado 16 anos após a segundo filme da trilogia. Apesar de o impacto dos primeiros filmes ainda perdurar até hoje na memória do cinema, provavelmente essa terceira parte se beneficiaria se tivesse sido realizado com menor distanciamento temporal.

A trama

Antes de mais nada, a história escrita por Mario Puzo se encerra com Michael Corleone (Al Pacino) já entrando na velhice. Agora, atormentado pelos atos violentos cometidos durante sua trajetória, ele tenta delegar o braço criminoso de sua organização ao sobrinho Vincent Mancini (Andy Garcia). Mas, obviamente, isso não é tão simples. Acima de tudo, porque escolhe como sucessor esse jovem que herdou a impetuosidade do pai, Sonny Corleone (interpretado por James Caan no primeiro filme).

E, para piorar, Vincent está namorando, às escondidas, Mary (Sofia Coppola), a filha querida de Michael que representa para ele tudo o que resta de bondade em sua existência.

Ao mesmo tempo, ao buscar sua paz de espírito, Michael tenta se reconciliar com sua família. Nesse sentido, se reaproxima de Kay (Diane Keaton), o grande amor de sua vida. Além disso, quer agradar ao filho que prefere ser cantor de ópera a se meter nos negócios sujos do pai.

Teoria da conspiração

O roteiro de Mario Puzo e Francis Ford Coppola mescla habilmente fatos com ficção na escalada de Michael Corleone no mundo das finanças. Assim, ele se envolve com o Vaticano, investindo boa parte de sua fortuna nos seus negócios imobiliários. Enquanto isso, a estória aproveita a morte real do Papa João Paulo I, apenas 33 dias após tomar posse. Seguindo a mesma linha do livro “In God’s Name”, de David Yallop, Puzo e Coppola exploram uma teoria da conspiração que alega que o Papa foi morto porque descobriu escândalos financeiros do Vaticano. Nesse caso, seria no filme o envolvimento com Corleone.

E outro aspecto interessante é o crescimento da influência de Connie Corleone (Talia Shire) atuando nos bastidores. Afinal, é ela quem influencia Michael a tornar Vincent o novo Don Corleone. Nesse sentido, Connie age com frieza impiedosa conta os chefões mafiosos que querem prejudicar sua família.

Enfim, Coppola pode dar vazão a seu delírio de grandeza em duas cenas de O Poderoso Chefão III. Primeiro, quando um helicóptero ataca os chefões da máfia reunidos numa sala nos últimos andares de um edifício. E a outra no final apoteótico em estilo operístico, nas escadas do teatro.

A direção de Coppola

Porém, Francis Ford Coppola enfraqueceu seu próprio filme com cenas de negociações em excesso. Michael Corleone foge da ação e se torna um burocrata. E, sem perceber, o diretor foi ingrato com sua filha Sofia Coppola, tão criticada por sua atuação em O Poderoso Chefão III. Analisando bem, ela surge na tela sob um ângulo que a desfavorece, deixando seus grossos lábios em evidência exagerada. Como resultado, fica uma primeira impressão negativa. Contudo, no resto do filme, ela consegue expressar o caráter puro e ingênuo de sua personagem.  

Então, com tudo isso, O Poderoso Chefão III está perto de ser um grande filme. Mas sofre ao ser comparado com as duas obras primas que o antecederam.


O Poderoso Chefão III (filme)
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