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O Rei do Show (filme)
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O Rei Do Show

Avaliação:
6/10

6/10

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Crítica | Ficha técnica

Depois da elogiada atuação em Os Miseráveis (2012), Hugh Jackman decidiu persistir em ser ator/cantor/dançarino em musicais. Assim, em O Rei do Show, o ator assume o papel do empreendedor do entretenimento P.T. Barnum. Vindo da classe baixa, ele consegue montar um espetáculo com pessoas consideradas aberrações na época (século 19), como anão, mulher barbada, gêmeos siameses, homem-cão, etc.

Conforme o circo faz sucesso e Barnum enriquece, sua ambição o cega. Disposto a quebrar o preconceito social por oferecer espetáculos somente para os mais pobres, ele contrata Phillip Carlyle (Zac Efron). Em pouco tempo, ele consegue uma visita à rainha da Inglaterra. Por sinal, o grande trunfo de Barnum vem dessa viagem, quando convence a cantora Jenny Lind (Rebecca Ferguson) a excursionar pelos Estados Unidos. Contudo, o sucesso dos espetáculos faz Barnum esquecer sua família e o grupo do circo.

Músicas

Como esperado, as músicas ocupam boa parte do filme. E, duas delas surgem em sequência logo no início.  Começa apresentando o protagonista com seu sonho desde criança. Depois, faz a transição do momento em que ele conhece Charity, sua futura esposa (interpretada por Michelle Williams quando adulta). A primeira canção, tema principal do filme, é “The Greatest Show”, uma autoindulgente declaração do caráter ambicioso de Barnum.

Por isso, ela corre o risco de criar antipatia de alguns espectadores pelo personagem, ainda mais porque é uma das composições mais fracas do musical. Felizmente, o repertório inclui músicas bem melhores. Por exemplo, “A Million Dreams”, “Never Enough” (cuja letra destaca o defeito de Barnum), “Rewrite the Stars”. Por fim, e principalmente, “This Is Me”, um hino poderoso contra o preconceito dirigido às minorias, seja por motivos raciais, sociais ou pela aparência.

Pontos fracos do filme

Além de algumas músicas fracas, O Rei do Show possui outros problemas. Para começar, há alguns erros básicos de raccord, a continuidade de olhar entre dois personagens quando um plano corta para o seguinte. Esse defeito está evidente na primeira apresentação de Jenny Lind nos EUA, nos olhares que a cantora troca com Barnum, bem como quando Anne Wheeler (Zendaya) e Carlyle trocam olhares no hospital.

No entanto, o que mais incomoda é a direção de arte, a cargo de Laura Ballinger, e do desenho de produção, de Nathan Crowley, tão importantes em um filme de épica musical. Um dos mais novos clássicos do gênero, Moulin Rouge (2001), se destacava nessas categorias, integradas perfeitamente à estória e às músicas, com uso predominante de cenários construídos. Pelo contrário, aqui esses recursos são criados por computação gráfica, criando um artificialismo não intencional.

O diretor Michael Gracey, estreando em longa-metragens, desperdiça a oportunidade de assumir o que é postiço como opção artística. Aliás, isso seria facilmente aceito por se tratar de um musical, e os efeitos de computação gráfica incomodam por estarem tão escancaradas. De fato, eles desviam a atenção do espectador, que fica pensando em todos os chroma keys que estão ao redor dos atores.

Ainda assim, O Rei do Show foi bem recebido pelo público, graças à sua mensagem de igualdade, reforçada por um contagiante hino musical. O momento de epifania do protagonista, já esperado, é representado belamente no reflexo de seu rosto no vidro do porta-retratos com uma foto de sua família. Como resultado, o filme resgata o musical para toda a família.


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