Quase um curta-metragem, O Sétimo Código deixa a impressão de que seu diretor e roteirista Kiyoshi Kurosawa quis inovar e transformar a premissa de um videoclipe em filme. Até porque a protagonista, Atsuko Maeda, além de atriz é cantora, tendo feito parte do grupo musical AKB48. Inclusive ela aparece cantando nos créditos finais, um dos trechos que despertam essa impressão.
Mas, acima de tudo, essa desconfiança vem da trama extremamente simplória. Caberia, de fato, em um daqueles videoclipes que alternam os músicos com cenas de ação que contam um fiapo de enredo. A surpresa final, em tom meio de zoação, reforça essa ideia, como se tudo não passasse de um conto despretensioso.
A história de O Sétimo Código acompanha Akiko (Atsuko Maeda) que procura em Vladivostok, na Rússia, um homem que saiu com ela uma vez no Japão, chamado Matsunaga (Ryohei Suzuki). Ele, porém, não se lembra dela. Pior ainda, está envolvido com pessoas perigosas que a sequestram e abandonam num terreno vazio. Então, recebe a ajuda de um dono de restaurante, Saito (Hiroshi Yamamoto), e de sua funcionária Xiao Yen (Aissy), para se recuperar e retomar a sua busca. Na parte final, uma reviravolta na trama revela qual o objetivo verdadeiro de Akiko.
Com exceção de algumas cenas dramáticas, que não caberiam num formato de videoclipe, o filme tem um tom fantasioso. A direção segue a cartilha do cinema clássico, sem firulas, o que não afasta essa impressão de artificialismo. Na verdade, até a coloca em evidência. Apesar disso, é um estilo que Kurosawa repetiria em A Mulher de um Espião (2020).
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Ficha técnica de “O Sétimo Código”:
O Sétimo Código | Sebunsu Kodo | 2013 | 60 min | Japão | Direção: Kiyoshi Kurosawa | Roteiro: Kiyoshi Kurosawa | Elenco: Atsuko Maeda, Ryohei Suzuki, Aissy, Hiroshi Yamamoto.