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O Som ao Redor (filme)
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O Som ao Redor

Avaliação:
5/10

5/10

Crítica | Ficha técnica

“O Som ao Redor”: Um experiência incômoda

“O Som ao Redor” é o primeiro longa-metragem de ficção do diretor Kleber Mendonça Filho. O cineasta conquistou fama internacional em 2016, quando seu filme “Aquarius” concorreu à Palma de Ouro em Cannes.

Aqui, ele retrata a incômoda vida da classe média, tomando como base o bairro de Boa Viagem em Recife. E faz alusão ao coronelismo dos grandes latifundiários nordestinos, inclusive com exibição de fotos dessa época no prólogo. Hoje, eles se comparam aos grandes proprietários de imóveis urbanos. Além disso, ressalta a violência que sempre ronda a rotina dessas pessoas, inclusive pela estruturação em três partes: cães de guarda, guardas noturnos e guarda costas.

Existência vazia

O roteiro nos faz acompanhar um recorte no cotidiano de alguns personagens, em tramas que não necessariamente se cruzam, mas se conectam pela existência vazia. Assim, conhecemos Bia (Maeve Jinkings), uma dona de casa com dois filhos e marido. Irritada com os latidos do cachorro da casa ao lado, e satisfeita por ter comprado uma tv maior que a da vizinha, com quem sai no tapa. Sua vida sexual inclui masturbar-se com a máquina de lavar roupas.

Francisco (W.J. Solha) representa o coronel dos tempos atuais. Dono de vários imóveis no bairro, acredita ser poderoso. E quer, dessa forma, proteger seu neto que pratica pequenos furtos. Principalmente quando aparece Clodoaldo (Irandhir Santos) oferecendo serviço de guarda noturno aos moradores. Seu outro neto, João (Gustavo Jahn), trabalha para ele como corretor de imóveis. O romance do rapaz com Sofia (Irma Brown) aparece nas telas em envolvimento crescente. Até que, numa festa, quando os primos se encontram, ele simplesmente relata que o namoro acabou, sem nos revelar nenhum detalhe.

Nenhum dos personagens pode ser chamado de simpático. O filme não faz concessões para cativar o espectador e, por isso, é impossível sentirmos empatia por qualquer um deles. O retrato pode ser considerado um tanto cruel, porém, visa o realismo.

Inclusive a fotografia adota estilo de documentário televisivo, sem muitos movimentos cinematográficos da câmera. Foge um pouco disso na cena do sonho da filha de Bia, quando parece ser um filme de terror. Enfim, por tudo isso, assistir “O Som ao Redor” acaba sendo uma experiência incômoda, comparável a uma visita a uma pessoa que leva uma vida que não nos agrada.


Onde assistir:
O Som ao Redor (filme)
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