Pesquisar
Close this search box.
Poster do filme "O Último Amor de Casanova"
[seo_header]
[seo_footer]

O Último Amor de Casanova

Avaliação:
6/10

6/10

Crítica | Ficha técnica

A premissa banal de O Último Amor de Casanova reprime expectativas otimistas. Na verdade, o título mais original seria “o único” e não “o último” amor do notório mulherengo veneziano do século 18. A própria introdução – quando uma mulher entrevista um idoso Casanova – já afirma isso. Em flashback, o filme acompanha o insaciável amante, interpretado por Vincent Lindon, durante o breve relacionamento que manteve com Marianne de Charpillon (Stacy Martin) em Londres.

A obviedade da trama está no fato de o último, ou único, amor de Casanova foi justamente a mulher que ele nunca possuiu. E ele, todos sabem, teve milhares de mulheres. Da mesma forma, Marianne não ficava atrás, pois vivia como cortesã e prostituta de luxo. Quando se conhecem, os dois combinam um noivado clássico, sem sexo, durante 15 dias. Experiência inédita para ambos, esse relacionamento sem ato carnal levou ao sentimento de maior amor da vida dele, e talvez dela também.

Casanova sem sensualidade

Mas tal narrativa sem sexo deixa o filme sem graça. Casanova vai para a cama com duas mulheres no começo do enredo, mas depois não vemos suas aventuras, exceto quando aceita uma carona maliciosa de uma nobre senhora. Nesse sentido, não faz jus a sua fama. As cenas mais quentes ficam por conta de Marianne, com breves relance de nudez de Stacy Martin que pipocam aqui e ali, mas bem aquém da ousadia de sua estreia em Ninfomaníaca (2013).

Ainda assim, cabem a Stacy Martin os lampejos de sensualidade de O Último Amor de Casanova. A atriz, de magnética presença na tela, exala sedução desde os primeiros relances que Casanova tem dela, quando a vê, em plena luz do dia, em uma carruagem nos amassos com dois homens, ou nas ruas com outros homens. Porém, o diretor Benoît Jacquot não consegue aproveitar esse dom natural de Martin. O fato de o casal nunca chegar às vias de fato, afinal, não impediria o clima sensual. Pelo contrário, poderia até servir para potencializá-lo, desde que nas mãos de um realizador mais competente.

Direção fraca

A falta de traquejo de Jacquot se sobressai na abertura, quando a câmera faz o possível para não mostrar o rosto de Casanova envelhecido. Tanto esforço para nada, pois é difícil entender qual seria o problema de revelar que o protagonista está idoso. A não ser, claro, que a maquiagem não tenha feito um bom trabalho. Mas, a limitação do diretor fica ainda mais clara na cena de dança entre Casanova e La Cornelys (Valeria Golino). Filmada com uma sucessão de planos fixos, o mulherengo parece indiferente diante da bela mulher que faz seu par, o que não combina com sua fama. Aliás, essa personagem de Valeria Golino tem bastante espaço no enredo, mas não interfere em nada na narrativa.

Mas Valeria Golino, assim como Vincent Lindon e Stacy Martin, não têm nenhuma culpa pelo desinteresse que O Último Amor de Casanova provoca. Pelo contrário, eles são o que ainda consegue prender o espectador.

___________________________________________

Ficha técnica:

O Último Amor de Casanova | Dernier Amour | 2019 | França | 98 min. | Direção: Benoît Jacquot | Roteiro: Jérôme Beaujour, Benoît Jacquot, Chantal Thomas | Elenco: Vincent Lindon, Stacy Martin, Valeria Golino, Julia Roy, Nancy Tate, Anna Cottis, Hayley Carmichael.

Distribuição: California Filmes

Trailer de “O Último Amor de Casanova”

Onde assistir:
Compartilhe esse texto:

Críticas novas:

Rolar para o topo